Páscoa
Páscoa é uma festividade muito antiga, que remonta aos tempos antes de Cristo. A palavra “páscoa”, do hebraico pessach, significa “passar por cima” ou “passar por alto” e celebra a libertação dos hebreus da escravidão no Egito, liderada por Moisés, marcada a partir da travessia no Mar Vermelho (Êxodo, 12, 13 e 14). Até hoje, os judeus celebram este acontecimento durante 7 dias, desde aproximadamente 1440 a.C.
Quando da passagem de Jesus pela Terra, a Páscoa ganhou um novo significado. Foi por ocasião da Páscoa judaica que o Cristo foi até Jerusalém – onde foi recebido por grande número de seguidores com ramos de plantas – e dividiu com seus discípulos a última ceia. Ali, Jesus compartilhou com os apóstolos os derradeiros dias que lhe aconteceriam e então, seguiu-se o plano divino. Jesus foi morto por crucificação na sexta-feira daquela mesma semana e, segundo a liturgia católica, que baseou as seguintes, ressuscitou ao domingo. A data, assim, comemora a “ressureição” de Cristo. A páscoa católica é comemorada pelas igrejas ortodoxas e romana e possui uma data móvel, cujo cronograma foi estabelecido no concílio de Nicéia.
Ao longo dos milênios as festividades de Páscoa incorporaram símbolos de culturas pagãs, para facilitar a assimilação cultural da Igreja Católica por diversos povos. Como exemplos temos a simbologia do ovo, que na Europa antiga já era colorido por ocasião da celebração da chegada da primavera e significa renascimento e vida. Já o coelho, tem origem na deusa nórdica da fertilidade Gefjun, e para a Igreja simbolizaria a multiplicação da fé na instituição e no Cristo, por onde quer que estivesse presente.
A Doutrina Espírita entende que a ressurreição de Jesus não se operou em seu corpo físico, pois isso seria contrariar a lei natural. A aparição do Cristo aos apóstolos e outros seguidores após o seu desencarne ocorreu pelo fenômeno da materialização. O Mestre, conhecedor e representante das leis divinas na Terra, sabia como ninguém manipular elementos como o fluido cósmico universal e o fluido vital dos demais encarnados para criar um corpo fluídico e assim se fazer ver e tocar aos mais próximos, fenômeno chamado de materialização. Os discípulos do Senhor conheciam a importância da certeza na sobrevivência para o triunfo da vida moral. Eles mesmos se viram radicalmente transformados, após a ressurreição do Amigo Celeste, ao reconhecerem que o amor e a justiça regem o ser além do túmulo. Por isso mesmo, atraiam companheiros novos, transmitindo-lhes a convicção de que o Mestre prosseguia vivo e operoso, para lá do sepulcro. (1)
O Espiritismo, mesmo sendo uma doutrina que possui como modelo e guia o Cristo, não comemora a Páscoa, mas respeita a comemoração dos demais credos religiosos. Devemos aproveitar este momento para refletir tanto sobre a vida de Jesus na Terra, o sacrifício que fez por nós, mas, mais importante ainda, sobre o caminho de auto iluminação que nos deixou, trilha segura para a nossa evolução e para a melhoria do planeta.
“A ressurreição do Cristo representa a vitória sobre a morte do corpo físico, e anuncia, sem sombra de dúvidas, a imortalidade e a sobrevivência do Espírito em outra dimensão da vida.” [Emmanuel / Chico Xavier - Pão Nosso. Cap. 176, p. 365]