NERINO SÁVIO DA ROSA
“Não desista do amor, não desista de amar, não se entregue à dor poruqe ela um dia vai passar...”
(Pe Fabio de Mello)
No ano passado, por esta época, tratamos deste mesmo tema, até parece ser repetitivo, mas a verdade é que é uma proposta que precisa ganhar a cada dia mais espaço, criar novas perspectivas de vida, apontar mais e novas alternativas de ver a vida como possibilidade de SER feliz.
Durante este mês, são organizadas ações que visam mitigar o estigma que envolve os temas relacionados à saúde mental, além de conscientizar a respeito da importância da vida e auxiliar na prevenção do suicídio. O dia 10 de setembro representa, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.
Não devemos falar sobre o suicídio apenas no Setembro Amarelo. Quando conversamos sobre isso, podemos evitar que uma tragédia aconteça. Cada dia mais pessoas precisam de atenção, cuidados e respeito aos sentimentos e as percepções de cada estilo de vida de um SER humano.
Por vezes, procuramos nos desviar deste assunto, evitar enfrenta-lo de frente, porque a cada constatação de um evento suicídio, nos damos por conta do nosso fracasso como sociedade humana. Vamos olhar alguns numeros para podemos entender a gravidade desta situação.
O psiquiatra Humberto Müller, de Rondônia, apresentou dados sobre o suicídio no Brasil e no mundo. Ele disse que acontecem 16 milhões de tentativas por ano no mundo. “No Brasil, acontece uma morte por suicídio a cada 45 minutos, mas para cada morte temos outras 20 tentativas. Os números são altos e preocupantes”, explicou.
Müller também chamou a atenção para o aumento nos casos de depressão e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) entre crianças e adolescentes. Segundo ele, “4% dos adolescentes brasileiros apresentam sinais depressivos e 1 a cada 4 crianças já apresentou indícios da doença”.
Levantar os números, chamar a atenção para o assunto, é fundamental, mas não basta, precisamos realizar ações propositivas, principalmente quando o evento chega a se concretizar. É muito importante ter um plano consolidado de pósvenção, uma política pública nacional. Quando uma família vivencia uma perda por suicídio ela fica totalmente desorganizada, buscando constantemente pelo motivo, se culpando. É uma situação extremamente dolorosa que precisa de cuidados, pois há riscos de termos dentro desse mesmo grupo outras tentativas.
Pósvenção, são ações, atividades, intervenções, suporte e assistência para aqueles impactados por um suicídio completo, ou seja, os sobreviventes. É uma ferramenta reconhecida mundialmente como um componente importante no cuidado da saúde mental dessas pessoas.
Sobreviventes são todas as pessoas afetadas por um suicídio: pais, filhos, irmãos, familiares, amigos, colegas etc. Além disso, pessoas que perderam alguém significativo por suicídio e aquelas que tiveram a vida afetada ou mudada por causa dessa morte são consideradas sobreviventes.
Vamos ficar atentos aos sinais, que as pessoas ao nosso redor exalam, para que possamos ser proativos e resolutivos, para que não precisemos passar pela pósvenção.
PENSE NISTO.