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A política material - Luiz Fernando Schmidt
31/07/2021 16:50 em ARTIGO

Todo brasileiro médio como eu, você, seu vizinho ou seu colega de trabalho, ao abrir o jornal, uma rede social, ou até mesmo um livro, seja ele de política ou não, se depara com o terrível quadro político da Selva Brasileira, dos Andes Argentino, ou das Veias da América Latina. Mas como entender política? 

Se você perguntar para o cientista politico como analisar a política, ele vai prescrever três clássicos da literatura indispensáveis para ter uma mínima noção do tema: O príncipe do Machiavel, A República de Platão e o Capital de Marx, a partir dessa literatura muitas das ideias tidas por nós sobre o cotidiano e a capacidade de observar a realidade, passa por uma enorme transformação, pra não dizer revolução. 

(Mas o intuito da coluna, não é tornar ainda mais complexo um conceito tão abstrato e de enorme impacto na vida dos meros mortais).

Quando você abrir o jornal, ligar a televisão, colocar no Youtube, tenha em mente o que você vai ler a partir de agora. A política material (prática) dentro do nosso sistema social esta dividida em duas vertentes: Neoliberalismo e Nacional-Desenvolvimentismo. (Logo vou explicar o que é cada uma delas).

O que exceder isso é a clara intenção de tornar o conhecimento de política elitizado e principalmente, complexo. Toda e qualquer medida, seja ela tomada pelo prefeito da cidade, pelo vereador, pelo deputado ou pelo presidente da república, não fogem em fortalecer o Estado de Bem Estar Social ou diminui-lo. 

Seja a intervenção na Petrobras pra deixar os preços dos combustíveis mais acessíveis, ao consumidor, seja privatizar os Correios, todas as medidas tomadas por “políticos” não fogem dessa ideia. 

Classifique todo o quadro político baseado nessas duas vertentes, esqueça os conceitos direita, esquerda, PDTista, PTista, Bolsonarista, democrata ou qualquer outra sigla, partidos políticos na atual conjuntura são clãs de poder, famílias, clubes de amigos, mas não o conjunto de pessoas com interesses políticos materiais iguais. 

Leonel de Moura Brizola (Fundador do PDT, dito de centro-esquerda e conservador), Getúlio Dorneles Vargas (Fundador do PTB e PSD, dito de centro, conservador e inimigo da democracia) e Ernesto Beckmann Geisel (ditador pela ARENA, conservador e militar) eram nacional-desenvolvimentistas, muitas vezes de lados opostos, mas com o mesmo interesse nacional. 

Fernando Henrique Cardoso (Fundador do PSDB, dito de centro as vezes direita ou esquerda, progressista), Luiz Inácio Lula da Silva (Fundador do PT, dito de esquerda, progressista) e Jair Messias Bolsonaro (Membro muitos anos de partidos ditos de Direita, conservador e autonomeado outsider) são neoliberais, e vejam, na maioria das vezes são antagônicos em suas posições ditas “políticas”.

Mas na hora do “pega pra capar”, tu pões o Estado desenvolver a sociedade, a comunidade, a empresa, o setor, ou tu o retiras e deixas o Mercado autorregular-se. 

Luiz Fernando Schmidt – Jornalista, Acadêmico de Direito e Assistente Jurídico. 

 

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