Ex-tucanos próximos ao governador Eduardo Leite (PSD) irão iniciar, nesta semana, uma série de visitas estratégicas a prefeitos do PSDB no Rio Grande do Sul. O objetivo do movimento é ampliar a base do PSD no Estado, atraindo lideranças municipais tucanas para o novo partido de Leite, que passou a comandar a sigla no RS após sua filiação, oficializada em 9 de maio.
De acordo com dirigentes envolvidos nas articulações, o PSDB gaúcho conta atualmente com 29 prefeitos e 238 vereadores. Um dos entraves, entretanto, é o tempo: vereadores só poderão migrar para o PSD sem risco de perda de mandato quando for formalizada a fusão ou a incorporação do PSDB com o Podemos, processo ainda em andamento. Já os prefeitos, por não estarem sujeitos à fidelidade partidária, podem trocar de sigla a qualquer momento.
Além de fortalecer o PSD regionalmente, as negociações também têm como pano de fundo o projeto nacional do governador, que tem se movimentado politicamente de forma intensa desde a troca de partido. A entrada de Leite no PSD e suas declarações públicas recentes contribuíram para deflagrar, no Rio Grande do Sul, uma antecipação do debate eleitoral de 2026, com reflexos entre aliados e adversários, tanto à esquerda quanto à direita.
Diante do novo cenário político, os planos iniciais de realizar um ato festivo com a presença do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, ainda na primeira quinzena de junho, foram adiados. A previsão agora é que o evento ocorra na segunda quinzena deste mês ou na primeira semana de julho.
Com essas movimentações, Eduardo Leite pretende consolidar sua liderança regional, aumentar a influência sobre o PSD nacional e posicionar-se com força na disputa eleitoral que se avizinha. A disputa de 2026, embora ainda distante no calendário, já começou a ser desenhada nos bastidores.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper