A inflação oficial do Brasil registrou alta de 0,56% em março, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa uma desaceleração em relação a fevereiro, quando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 1,31%. Ainda assim, trata-se da maior variação para um mês de março em 22 anos — desde 2003, quando o índice foi de 0,71%.
O principal responsável pela inflação do mês foi o grupo Alimentação e bebidas, que teve avanço de 1,17% — ante 0,70% em fevereiro — e respondeu por 45% do IPCA de março. Os maiores aumentos foram registrados no tomate (22,55%), no ovo de galinha (13,13%) e no café moído (8,14%). Este último já acumula alta de 77,78% nos últimos 12 meses.
De acordo com o gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves, o calor intenso do verão antecipou a colheita do tomate, o que resultou em menor oferta do produto no mês seguinte. Já os ovos ficaram mais caros devido à elevação no custo do milho, principal ingrediente da ração das aves, somada à maior demanda durante a Quaresma. No caso do café, a alta foi atribuída à valorização do grão no mercado internacional, em função da redução da oferta mundial.
Com o resultado de março, o IPCA acumula alta de 2,04% no ano e de 5,48% nos últimos 12 meses — acima dos 5,06% registrados nos 12 meses anteriores. Em março de 2024, a inflação havia sido de apenas 0,16%.
O resultado pressiona o cenário econômico e deve entrar no radar do Banco Central, que analisa a trajetória da inflação para definir os próximos passos da política de juros no país.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
