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Renaulution reposiciona a Renault no cenário global e Boreal simboliza reação à ofensiva chinesa
Publicado em 20/12/2025 07:36
COMÉRCIO

Iniciada em 2020, a Renaulution marcou uma virada estratégica decisiva para a Renault. Elaborada pelo então CEO Luca de Meo e por uma equipe multinacional de especialistas, a estratégia teve como objetivo recolocar a montadora francesa no caminho da competitividade global, por meio de uma profunda reestruturação de sua linha de produtos e de seus processos industriais. O movimento tornou-se ainda mais necessário diante do cenário que se desenhava para as grandes marcas europeias, pressionadas pelo avanço acelerado das montadoras chinesas e pela rápida eletrificação do mercado automotivo mundial.

A Renaulution também representou a retomada do caminho da eletrificação, originalmente pavimentado pela própria Renault. Em 2011, a marca francesa foi pioneira ao lançar uma linha de veículos elétricos no Salão de Frankfurt, investimento que ultrapassou 12 bilhões de euros. No entanto, problemas internos levaram a empresa a desacelerar essa estratégia, abrindo espaço para que as montadoras chinesas ocupassem o protagonismo global. O resultado é evidente em 2025, com a BYD próxima de dominar o mercado mundial de elétricos, sustentada por uma ampla oferta de modelos competitivos.

Em 2024, durante encontro com a imprensa internacional em Paris, Luca de Meo foi direto ao afirmar que a única forma de enfrentar os chineses seria produzir veículos melhores em todos os aspectos. Dessa visão pragmática nasceu a associação da Renault com a chinesa Geely, parceria voltada ao desenvolvimento conjunto de novos modelos. No Brasil, essa aliança se concretiza a partir do segundo semestre, quando a rede Renault passará a comercializar o Geely EX5, SUV de linhas suaves e produção chinesa, marcando uma nova fase da estratégia industrial da marca.

A parceria, no entanto, vai além da simples comercialização de veículos. Ela também contribui para a atualização da tecnologia elétrica da Renault, que busca recuperar espaço em um mercado hoje amplamente dominado pelos chineses. Em 2025, os carros de origem chinesa são os preferidos do consumidor global, impulsionados por pesados subsídios estatais que somam trilhões de dólares e permitem lançamentos em ritmo acelerado, algo praticamente inalcançável para marcas ocidentais.

Mesmo diante desse cenário desigual, a Renault segue resistindo. Em março de 2024, lançou o Kardian, um SUV competitivo e bem aceito pelo mercado. Para outubro de 2025, está previsto um novo Kardian, possivelmente com atualizações de motor e câmbio. Enquanto isso, concorrentes chineses como a BYD multiplicam versões e modelos em ritmo intenso, ocupando vitrines e ampliando participação de mercado a custos bilionários.

É nesse contexto que surge o Boreal, modelo que simboliza a reação da Renault à ofensiva chinesa. Com design robusto e elegante, o Boreal apresenta linhas bem definidas, sem excessos, equilibrando sofisticação e presença visual. O resultado é um SUV que transmite luxo e bom gosto, despertando identificação imediata com o consumidor. Embora maior que rivais diretos como Jeep Compass, Corolla Cross e Volkswagen Taos, suas proporções bem trabalhadas fazem o modelo parecer mais compacto do que realmente é.

 

O Boreal mede 4,56 metros de comprimento, 1,84 metro de largura, 1,65 metro de altura e tem entre-eixos de 2,70 metros. Sob o capô, traz o motor 1.3 TCe turbo flex, que entrega 163 cavalos de potência e torque de 27,5 kgfm, associado ao câmbio automático de dupla embreagem úmida EDC de seis marchas. O conjunto é complementado por cinco modos de condução e um pacote avançado de 24 sistemas de assistência ao motorista, incluindo controle de cruzeiro adaptativo, centralização ativa de faixa, frenagem autônoma de emergência e câmeras com visão 360 graus.

Rádio Cidade Cruz Alta RS

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