A falta de chuvas no Rio Grande do Sul está afetando gravemente a agricultura e a pecuária, especialmente nas regiões das Missões, do Centro e da Fronteira Oeste. Segundo a Emater, cidades como Santa Maria e São Luiz Gonzaga já registram prejuízos expressivos.
Em Santa Maria, no Centro do estado, o agricultor Renato Freitas perdeu quase toda a sua plantação de 584 hectares de soja. Já em São Luiz Gonzaga, nas Missões, a produção de soja deve cair pela metade: a expectativa inicial era colher 50 sacas por hectare, mas agora o número não deve passar de 25.
A cultura do milho também sofre perdas significativas. Em áreas irrigadas de São Luiz Gonzaga, a produtividade caiu de 180 para 160 sacas por hectare. Nas áreas sem irrigação, a redução pode chegar a 45%, com a produção despencando de 130 para 71 sacas por hectare.
Ao todo, 31 cidades já registraram a situação de emergência no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID), incluindo:
- Rosário do Sul
- Uruguaiana
- São Borja
- Tupanciretã
- Júlio de Castilhos
- Arvorezinha
- Manoel Viana
- São Francisco de Assis
Dessas, 23 municípios, como Santa Margarida do Sul e Capão do Cipó, avançaram para a etapa de decretar oficialmente a situação de emergência.
Na pecuária, a estiagem também traz prejuízos. Cesar Comparsi, pecuarista da região das Missões, explica que o pasto seco obriga os criadores a comprar ração para os animais, aumentando os custos de produção.
Para tentar amenizar a crise, o governo estadual lançou um programa em 2024 que destina até R$ 100 mil por produtor para projetos de irrigação. No entanto, muitos agricultores destacam que essas medidas precisam de tempo para surtir efeito, enquanto as perdas no campo seguem crescendo.
A estiagem afeta diretamente a economia e as famílias que dependem do campo, reforçando a urgência de políticas para minimizar os impactos das mudanças climáticas no estado.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
