A escassez de chuvas no último mês no Rio Grande do Sul tem gerado grandes preocupações entre os produtores rurais, principalmente nas culturas de verão, como soja e milho. A Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS) alerta para o risco de mais uma frustração de safra, reflexo das estiagens que se tornam cada vez mais recorrentes no Estado.
Paulo Pires, presidente da FecoAgro/RS, destacou que uma pesquisa realizada pela Rede Técnica Cooperativa (RTC/CCGL) já prevê uma quebra de 21% na produção de soja. A estimativa inicial, de 61 sacas por hectare, foi revista para 47,8 sacas por hectare. Porém, Pires enfatiza que esses números são preliminares, já que a variação de produtividade pode ser significativa entre as cooperativas, regiões e até mesmo dentro de uma mesma propriedade. “As quedas podem variar de 5% a 50%, dependendo da localização e das condições locais”, afirmou.
Em relação ao milho, a colheita já teve início em algumas regiões mais quentes do Estado, como as Missões, com 70% da área já colhida em municípios como Santa Rosa, São Borja e Santiago. No entanto, a falta de chuvas desde dezembro continua a desafiar os produtores. “Em janeiro, praticamente não houve precipitações, e as poucas que ocorreram foram muito pontuais. Chove em um lugar e, a poucos quilômetros, não caiu uma gota”, observou Pires.
Apesar do cenário adverso, o presidente da FecoAgro/RS mantém uma expectativa moderada de melhoria climática até o final de janeiro, com a possibilidade de chuvas mais abrangentes. “Toda a soja está implantada, e há esperança de recuperação com condições climáticas melhores, mas a falta de precipitações já causou prejuízos significativos. Uma nova frustração seria muito ruim, tanto para os produtores quanto para a economia do Estado”, concluiu.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper