A semeadura do milho no Rio Grande do Sul alcançou 95% da área projetada, com avanço em pequenas extensões na região da Campanha, onde o cultivo tardio é tradicional. No entanto, a falta de umidade no solo e a ocupação de áreas destinadas à segunda safra limitaram o progresso em outras regiões do estado.
Apesar do desempenho geral satisfatório, superior ao da safra anterior, a variabilidade climática afetou o potencial produtivo. Em algumas áreas, o déficit hídrico durante novembro – período crítico para a fecundação e formação de grãos – comprometeu o rendimento inicial. As altas temperaturas e a baixa umidade nas últimas semanas aceleraram a maturação das plantas, especialmente nas lavouras em final de ciclo.
A Emater/RS-Ascar projeta o cultivo de 748.511 hectares, com produtividade média estimada em 7.116 kg/ha. Em Bagé, o plantio tardio, entre o Natal e o início de janeiro, mantém estabilidade produtiva. Na Fronteira Oeste, o clima seco exige irrigação para preservar o potencial das lavouras irrigadas, enquanto áreas de sequeiro enfrentam maturação antecipada pela falta de umidade.
Na Serra, em Caxias do Sul, as chuvas regulares e temperaturas amenas favorecem o desenvolvimento, mas lavouras semeadas mais tarde registram maior incidência de pragas, como lagarta-do-cartucho e cigarrinha. Em Ijuí, 80% das áreas estão em fase de enchimento de grãos, embora o déficit hídrico tenha reduzido o número de grãos por espiga em algumas plantações.
Em Passo Fundo, as condições climáticas se mantêm favoráveis, com 45% das lavouras em floração e 55% em enchimento de grãos. Outras regiões, como Pelotas, Soledade e o Baixo Vale do Rio Pardo, reportam bom desempenho nas áreas semeadas precocemente. A baixa umidade contribuiu para a redução de doenças fúngicas e bacterianas, mas o monitoramento de pragas continua necessário.
No mercado, o preço médio da saca de 60 quilos subiu 0,22% na última semana, passando de R$ 67,60 para R$ 67,75, segundo a Emater/RS-Ascar.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper