Em um dia marcado por forte turbulência nos mercados interno e externo, o dólar comercial fechou esta sexta-feira (1º) cotado a R$ 5,87, atingindo o maior valor desde o início da pandemia de covid-19, em maio de 2020. A moeda norte-americana registrou alta de R$ 0,106 (+1,53%) e acumula valorização de 6,13% desde o final de setembro, chegando a uma elevação de 20,95% ao longo de 2024. O dia começou com leve baixa, mas a cotação disparou após a abertura dos mercados dos Estados Unidos, refletindo pressões globais e locais.
O índice Ibovespa também sofreu impacto, encerrando em queda de 1,23%, aos 128.121 pontos, sua quarta queda consecutiva e o menor nível desde agosto. A instabilidade foi impulsionada, no cenário doméstico, pela viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à Europa, que adiará o envio ao Congresso de um pacote de revisão de gastos obrigatórios. O mercado vê a medida como urgente para o controle das contas públicas.
Externamente, a expectativa de cortes mais lentos nas taxas de juros dos Estados Unidos pesou sobre as moedas de mercados emergentes, incluindo o real, e refletiu a criação de apenas 12 mil empregos nos EUA em outubro, abaixo das previsões. No entanto, o baixo número de novas vagas foi atribuído a greves e fenômenos naturais, o que reduz as chances de um corte significativo nas taxas pelo Federal Reserve.
Com as tensões econômicas e eleitorais nos EUA, o dólar também se valorizou frente às moedas do Chile, México e Colômbia. Especialmente no México, a moeda americana alcançou o maior valor desde 2022, intensificando a volatilidade nos mercados latino-americanos.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper