As cotações da soja na Bolsa de Chicago caíram substancialmente após a divulgação do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em 12 de agosto. No dia seguinte, o preço do bushel para setembro foi negociado a US$ 9,47, o menor valor registrado em mais de quatro anos. Embora tenha ocorrido uma leve recuperação para US$ 9,51 na quinta-feira (15), o valor ainda está abaixo dos US$ 10,09 da semana anterior.
O relatório do USDA revelou um cenário pessimista para o mercado de soja, com aumento significativo na produção e nos estoques, tanto nos Estados Unidos quanto globalmente, para a safra 2024/25. A produção americana de soja está projetada em 124,9 milhões de toneladas, um aumento em relação aos 113,3 milhões da safra anterior. Os estoques finais nos EUA devem subir para 15,2 milhões de toneladas, em comparação com 9,4 milhões no ciclo anterior.
No cenário global, a produção de soja é estimada em 428,7 milhões de toneladas, superando os 395,1 milhões do ano passado. Os estoques finais mundiais devem atingir 134,3 milhões de toneladas, contra 112,4 milhões no ano anterior. No Brasil, a produção futura é projetada em 169 milhões de toneladas, e na Argentina, em 51 milhões, ambos superiores às safras anteriores. O preço médio ao produtor de soja nos EUA caiu para US$ 10,80 por bushel, em comparação com US$ 12,50 na safra 2023/24. As importações de soja pela China permanecem em 109 milhões de toneladas.
Em relação às condições das lavouras de soja nos EUA, 68% foram classificadas entre boas e excelentes em 11 de agosto, 24% como regulares e 8% como ruins a muito ruins. No mesmo período do ano passado, 59% das lavouras estavam nas melhores condições. A colheita está programada para iniciar em setembro.
Na Argentina, as exportações de soja foram afetadas por uma greve de dois sindicatos de trabalhadores de indústrias moageiras, que paralisou alguns portos. O governo argentino interveio para interromper a greve, com uma pausa de 15 dias acordada em reuniões de conciliação.