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Exportações de soja brasileira crescem 22%, apesar de queda nas cotações em Chicago
AGRO
Publicado em 17/07/2024
De acordo com a Grão Direto, o mercado de soja tem apresentado comportamentos variados nas últimas semanas. As exportações brasileiras seguem em ritmo acelerado, com um aumento de 22% no volume diário exportado em comparação ao mesmo período do ano passado, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Esse desempenho robusto tem sido um dos pilares que sustentam o mercado interno, mesmo em meio a flutuações internacionais.
 
Nos Estados Unidos, as condições das lavouras surpreendem positivamente. Desde o início da safra, as análises apontam para um desenvolvimento satisfatório das plantações. Contudo, o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgado no último dia 12, indicou uma área plantada, estoques finais e produção inferior no país. No Brasil, houve uma pequena redução nos estoques, cerca de um milhão de toneladas.
 
Em Chicago, os contratos de soja para agosto de 2024 registraram uma queda significativa, fechando a US$ 11,03 por bushel, uma redução de 5,57%. Esse movimento negativo refletiu-se no mercado físico brasileiro, acentuado pela queda do dólar, que recuou 0,55%, para R$ 5,43. O contrato com vencimento em março de 2025 também apresentou pessimismo, recuando 5,04%, para US$ 10,92 por bushel.
 
Para esta semana, a Grão Direto projeta alguns fatores que podem influenciar o mercado de soja. A Petrobras recebeu autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para comercializar combustível marítimo com até 24% de biodiesel. Esse movimento deve aumentar a demanda interna por óleo de soja, uma vez que navios consomem cerca de 4% dos combustíveis fósseis globais. Isso tende a fortalecer os prêmios da soja no médio prazo, beneficiando os produtores rurais brasileiros.
 
Nos Estados Unidos, as condições climáticas continuam sendo um ponto focal. As lavouras em Iowa e Illinois, principais estados produtores, estão em excelentes condições, com 75% das plantações em ótimo estado. A previsão do National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) indica temperaturas mais baixas e chuvas esta semana no cinturão agrícola, o que deve aumentar a pressão negativa sobre as cotações em Chicago. Além disso, os fundos especulativos estão vendidos em 17.605 contratos, conforme o último relatório da Commodity Futures Trading Commission (CFTC).
 
Outro fator importante é a janela de exportação prolongada. Estima-se que ainda há entre 35% a 40% da safra de soja a ser comercializada, um volume alto para esta época do ano. A comercialização mais lenta foi motivada pelos atrasos na safra e pelos baixos preços. Este volume represado pode estender a janela de exportação até o final de agosto, período que coincide com o início da colheita nos Estados Unidos, tornando a soja norte-americana mais competitiva.
Conforme a Grão Direto, diante destes fatores, poderemos ver movimentos positivos de correção das cotações ainda este mês, embora não necessariamente esta semana, que deve seguir na tendência de baixa.

 

Com informações: Jornalista Fernando Kopper
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