Uma tradição centenária do Rio Grande do Sul está mais perto de ser oficialmente reconhecida. O Diário Oficial do Estado publicou, na última terça-feira, 09/07, a notificação de encaminhamento de parecer técnico que pode transformar o Modo de Fazer Queijo Artesanal Serrano em Patrimônio Cultural Imaterial do Estado. A publicação do documento abre um período de 30 dias para que interessados possam se manifestar sobre o registro do bem cultural. As manifestações devem ser encaminhadas ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae), via Protocolo da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac) ou enviadas pelo correio.
Emitido pelo Iphae, o parecer, disponível para consulta online, detalha o processo histórico e cultural da produção do queijo serrano, que começou há mais de dois séculos com o estabelecimento das primeiras fazendas na região dos Campos de Cima da Serra. O próximo passo do processo de tombamento é a análise do documento pela Câmara Temática do Patrimônio Cultural Imaterial (CTPCI). Se aprovado, o Modo de Fazer Queijo Artesanal Serrano será inscrito no Livro de Registro dos Saberes, consolidando seu status de patrimônio imaterial do estado.
De acordo com o documento, a história do queijo serrano está profundamente ligada à cultura gaúcha. Inicialmente, a produção estava associada à pecuária extensiva e aos tropeiros, e, mesmo com as inovações tecnológicas, como a prensa hidráulica e o coalho industrial, a essência e os métodos tradicionais foram preservados. “O Modo de Fazer Queijo Artesanal Serrano se enraíza na mítica missioneira tomando o vocábulo ‘mítico’ não como uma mera estória tradicional, porém como uma narrativa estruturante das dinâmicas histórica, social e cultural do Rio Grande do Sul”, informa o texto.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte: Governo do Estado do RS