Os indicadores econômico-tributários divulgados pela Sefaz (Secretaria da Fazenda) mostram que a indústria gaúcha de veículos – que engloba produção de carros, caminhões, ônibus, carrocerias e outros tipos de automóveis – acelerou o desempenho das vendas no agregado dos últimos 12 meses (comparativo de agosto/2021 a julho/2022 com agosto/2022 a julho/2023).
O setor registrou um sólido aumento de 25% nas comercializações do período, avanço que representa um volume de R$ 30 bilhões em circulação de mercadorias.
A variação mais expressiva foi registrada no fluxo interestadual (vendas para outros estados), cujo aumento atingiu o montante de R$ 5 bilhões, o que corresponde a um crescimento de 28% nos últimos 12 meses.
As vendas para outras unidades federativas seguem na dianteira, representando 76% (R$ 22 bilhões) das transações. As exportações e o consumo do mercado gaúcho representam, cada um, 12% das vendas totais do setor.
Entre os setores analisados na última edição do boletim RS 360, publicado na semana passada, o segmento lidera com certa folga o ranking de crescimento percentual das vendas. Na comparação geral, incluindo todos os segmentos produtivos, a indústria de veículos fica apenas atrás do setor de tabacos (34%) e tratores (31%).
O setor de máquinas e equipamentos registrou a segunda maior variação positiva das vendas, com crescimento de 15% nos últimos 12 meses. Em valores absolutos, porém, o segmento apresentou o maior aumento entre todas as indústrias analisadas pela pesquisa.
Houve um salto de R$ 8 bilhões em comercializações na comparação com os 12 meses anteriores, o que soma montante de R$ 65,7 bilhões em circulação de mercadorias no agregado entre agosto de 2022 e julho de 2023.
O mercado interestadual segue liderando o destino das vendas. Nos últimos 12 meses, as transações para outros estados saltaram 20% na comparação com o mesmo período anterior. As exportações do segmento também oscilaram positivamente, com uma ligeira expansão de 4,7%. O mercado gaúcho demonstrou ritmo semelhante e aumentou em 3,3% a fatia de aquisições de mercadorias.
Entre os bens de capital produzidos pelo segmento, as máquinas semeadoras-adubadoras lideram o ranking de vendas em valores absolutos, ultrapassando R$ 1,5 bilhão em transações nos últimos 12 meses. Já o produto com maior vocação exportadora são os tratores com motor de até 150 KW, que tem 11% das vendas destinadas a compradores estrangeiros.
De acordo com a pesquisa, ambos os players produtivos expandiram o volume de vendas em patamares superiores à indústria metalomecânica, cuja elevação foi de 7,7% na circulação de mercadorias. Em geral, esse segmento baliza o desempenho das vendas da indústria de alto valor agregado.
Desenvolvimento econômico
O levantamento da Receita Estadual, montado com base nos documentos fiscais processados pelo fisco, também contempla a performance da indústria do biodiesel, dos eletroeletrônicos, metalurgia, peças e acessórios para veículos (segmento analisado pela primeira vez na pesquisa) e pneumáticos e borrachas. Em um recorte mais abrangente, a pesquisa também mostra o desempenho do atacado, varejo e da indústria do Rio Grande do Sul na comparação mensal, trimestral e dos últimos 12 meses.
O boletim, que tem periodicidade mensal, disponibiliza diversas informações sobre as vendas, compras e o valor adicionado (diferença bruta entre as compras e as vendas, que sinaliza o potencial de margem de lucro dos segmentos) de cada setor analisado. Os indicadores divulgados têm como base apenas os valores das operações fiscais processadas no período.
“A organização e transparência sobre esses dados é importante para mostrar esse novo perfil de trabalho, que leva à sociedade a produção de conhecimentos para ajudar na compreensão da realidade econômica e no desenvolvimento do Estado”, avalia o subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira.
Foto:Rafa Neddermeyer/Agência Brasil