Dia Mundial da Doação de Sangue educa para ampliar doadores
A taxa de doação voluntária de sangue da população brasileira é 1,6%.Em 2020, a redução na doação de sangue no Brasil foi de 20%. Para falar da importância desse tema, o projeto Cultura Doadora realiza um painel para marcar o Dia Mundial do Doador de Sangue nesta segunda-feira, 14, às 19h30. Participam dessa atividade a gestora de Captação de Doadores de Sangue do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Patrícia Paim Ferreira Seltenreich, e a enfermeira intensivista, especializada em hemoterapia, Monalisa Sosnoski.
Restrições na pandemia
Na pandemia, os hemocentros pelo país intensificaram as já rígidas medidas de segurança e controle para garantir a proteção de doadores e funcionários dos bancos de sangue. Higiene e antissepsia adequadas na recepção dos candidatos, coleta do sangue sem exposição a aglomerações por meio de agendamentos e distanciamento entre as cadeiras de coleta.
Pessoas infectadas pela Covid-19 devem guardar pelo menos 30 dias depois da completa recuperação para fazerem a doação. Pessoas com sintomas gripais devem aguardar sete dias.
“Os estoques estão em estado crítico. Precisamos do suporte de hemocomponentes para atender todo fluxo, desde a emergência até cirurgias de grande porte”, alerta Patrícia Seltenreich.
De receptora a doadora
Com três meses de vida, Monalisa Sosnoski teve uma anemia grave e precisou de transfusão de sangue. “Aquela transfusão me salvou e impulsionou toda minha vida”. Hoje com 42 anos trabalhando no Banco de Sangue do HCPA, ela é doadora contínua e trabalha para que as pessoas façam o mesmo gesto com regularidade.
“Só posso estar onde estou porque alguém me ajudou em algum momento. Ressalto que as pessoas nunca esperem que a dor chegue perto para realizar essa boa ação porque se torna mais difícil para ser realizado. Olhar para o próximo. Há impedimentos mas podem ser vencidos, a gente pode dedicar pelo menos duas vezes por ano, que a gente é bom, que tem saúde boa e pode ajudar o outro”, convida.
Sangue para transplantes
Para cada transplante de órgãos são necessários cerca de 20 doadores do grupo sanguíneo do paciente. Para o paciente entrar em sala é preciso ter no mínimo 20 bolsas reserva de sangue, plaquetas, e plasma. Para transplantes cardíacos a reserva é de 10 bolsas de cada elemento (30). Para transplantes hepáticos o volume sobre para 40 unidades.
“A população precisa saber que sem um bom estoque os transplantes não acontecem. Que não se perca nenhum órgão por falta de aporte celular! É um tema que tem de ser colocado de forma clara porque nem todos sabem disso”.
A gestora de Captação do Banco de Sangue do HCPA, um dos hospitais referência em transplantes de órgãos sólidos e médula, observa que para garantir quantidades de cada um dos grupos sanguíneos é preciso uma captação boa de todos os grupos. “Estimular a cultura doadora, seja de sangue ou de órgãos e tecidos é fundamental. A educação para este ato generoso que salva vidas deve ser evidente a todos os gestores de saúde”, ressalta a especialista.
SERVIÇO:
O QUÊ: Painel: A doação de sangue na pandemia
DATA: 14 de junho, 19h30
ONDE: Transmissão pela página da Fundação Ecarta no Youtube e do projeto Cultura Doadora no Facebook
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil