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Umidade elevada e bolor: risco silencioso à saúde respiratória
Publicado em 15/09/2025 18:19
SAÚDE

O aumento da umidade no ar, comum em determinados períodos do ano, favorece o crescimento e a reprodução de fungos, alerta o pneumologista David Barros Coelho, do Centro Hospitalar Universitário São João. “Os fungos estão naturalmente presentes em todos os ambientes, mas quando se concentram em locais onde a pessoa passa longos períodos, como quartos, podem causar problemas respiratórios sérios”, explica o especialista. Entre os mais conhecidos está o Stachybotrys chartarum, popularmente chamado de bolor negro.

A exposição contínua a fungos presentes no bolor pode desencadear uma série de problemas respiratórios, incluindo agravamento da asma, infecções fúngicas e respiratórias, além de doenças mais graves como a pneumonite de hipersensibilidade e fibrose pulmonar. Indivíduos imunossuprimidos, como pacientes de transplantes, portadores de doenças oncológicas ou imunodepressão crônica, estão entre os mais vulneráveis. Crianças expostas a fungos em ambientes escolares também apresentam maior risco de desenvolver sintomas respiratórios e asma.

Os efeitos do bolor vão além do sistema respiratório. Contato prolongado pode causar congestão nasal, irritação nos olhos e pele, tosse seca, dor de garganta, sinusite e, em casos de hipersensibilidade, cansaço extremo e perda de peso. A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos alerta ainda para olhos vermelhos, erupções cutâneas e sintomas alérgicos agravados.

A prevenção é a chave para reduzir os riscos. Coelho recomenda atenção desde a construção das residências, evitando problemas estruturais que favoreçam a umidade. Em locais já afetados, a ventilação adequada, uso de desumidificadores e limpeza constante de superfícies suscetíveis ao bolor são medidas essenciais. Pacientes imunossuprimidos devem considerar o uso de máscaras e, se possível, mudanças de ambiente para reduzir a exposição prolongada a fungos.

Segundo o pneumologista, níveis de umidade acima de 60% favorecem a proliferação de bolor, tornando imprescindível o controle ambiental para proteger a saúde respiratória. “A máscara é uma medida temporária, mas a prevenção estrutural e ambiental é definitiva”, enfatiza Coelho, reforçando que a conscientização sobre os riscos do bolor é fundamental para evitar complicações graves.

 

Rádio Cidade Cruz Alta/TC & VR

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