O Setembro Amarelo, mês dedicado à conscientização sobre a prevenção ao suicídio, destaca a importância de cuidar da saúde mental e de combater o estigma em torno do tema. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos no mundo. No Brasil, são cerca de 15 mil óbitos anuais, colocando o país entre os dez com maior número absoluto de casos.
Especialistas alertam que fatores como depressão, ansiedade, transtornos de personalidade, uso de drogas, dívidas, violência doméstica e pressões no ambiente de trabalho ou escolar estão entre os principais gatilhos para o suicídio. A neuropsicóloga Keli Rodrigues enfatiza que discutir abertamente o tema é essencial para a prevenção: “Quanto mais se fala sobre os fatores de risco, maior a chance de ajudar alguém a perceber que não está sozinho e que pode procurar ajuda”.
No ambiente de trabalho, o estresse ocupacional e metas excessivas podem agravar o sofrimento psíquico. A professora Larissa Polejack, do Departamento de Psicologia Clínica da Universidade de Brasília (UnB), reforça que o cuidado com a saúde mental deve ser contínuo e coletivo. Segundo ela, é fundamental valorizar relações colaborativas, respeitar a diversidade e acolher o sofrimento sem julgamentos. “Cuidar de si não é fraqueza. A saúde mental importa, e falar sobre isso deve ser diário, não apenas em setembro”, afirma.
A recente atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que passará a vigorar em 2026, representará um avanço na proteção à saúde mental no trabalho, ao obrigar empresas a identificar, prevenir e gerenciar fatores psicossociais que possam prejudicar os empregados, como sobrecarga de tarefas e assédio.
O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio é lembrado em 10 de setembro, mas o Setembro Amarelo reforça que a conscientização deve ocorrer durante todo o ano. A campanha de 2025 traz o lema: “Se precisar, peça ajuda”, incentivando o diálogo, a valorização da vida e a busca por apoio em momentos de crise.
Rádio Cidade Cruz Alta/TC & VR
