Roger Machado continua técnico do Inter, apesar das quedas na Copa do Brasil e na Libertadores, uma depois da outra, em um período de apenas duas semanas, por apenas um motivo: os jogadores confiam no trabalho do treinador. Porém, o tempo está acabando. Após a derrota em casa para o Flamengo, na noite de quarta-feira, ele foi garantido no cargo pelo presidente Alessandro Barcellos, mas é preciso uma reação urgente. Uma sequência de novos maus resultados, agora pelo Campeonato Brasileiro — única competição restante aos colorados no ano — poderá interromper o contrato renovado em abril até o final do ano que vem.
O próprio técnico sabe que o time precisa reagir para permanecer. “Esse cargo não pertence a mim. Ele é da direção do clube. E eu estarei aqui enquanto a direção entender que o meu trabalho possa dar frutos e que podemos reverter a situação que foi criada, principalmente com a instabilidade que vivemos nas últimas semanas”, disse o treinador em sua entrevista coletiva.
Apesar do evidente desnível técnico — consequência da diferença de investimentos entre Inter e Flamengo —, a falta de soluções da equipe em campo desagradou os dirigentes. O Inter não conseguiu jogar nem ameaçar o time carioca em momento algum da partida no Beira-Rio. Além disso, há uma avaliação de que, diferentemente do que ocorreu na Libertadores, o Inter tinha plenas condições de seguir na Copa do Brasil. Porém, não conseguiu superar o Fluminense, nem no Beira-Rio, onde perdeu por 2 a 1, nem no Maracanã, onde empatou em 1 a 1.
“O Roger é o nosso treinador. Temos convicção de que temos condições de reverter esse momento com muito trabalho”, disse o presidente Alessandro Barcellos também após a derrota para o Flamengo. “A nossa preocupação e a nossa cobrança estão direcionadas para que o time pare de oscilar. Oscilamos muito em um momento crucial da temporada”, completou.
Alan Patrick, após a partida, foi um dos únicos jogadores a parar na zona mista para dar explicações. O outro foi Borré. O capitão lamentou a derrota para o Flamengo, que abreviou a vida colorada na Libertadores, mas fez questão de ressaltar que a responsabilidade pelo fracasso não cabe somente ao time. “A gente jogou em casa, mas faltou. No confronto contra uma equipe de qualidade como o Flamengo, faltou algo da nossa parte. Agora, temos que ter a cabeça no lugar. A gente fica frustrado, junto com o nosso torcedor… Precisamos rever algumas coisas porque precisamos de mais para competir”, lamentou.