O Rio Grande do Sul pode enfrentar um novo episódio de chuva intensa entre sábado (29) e domingo (30), com potencial para agravar o cenário hidrológico em diversas regiões do estado. De acordo com a MetSul Meteorologia, o avanço de uma massa de ar frio de origem polar, somado à presença de ar quente vindo do Centro-Sul do Brasil, criará um corredor de instabilidade sobre o território gaúcho, resultando em altos volumes de precipitação.
A previsão indica que a instabilidade começará na manhã de sábado pela Metade Norte, avançando para grande parte do estado ao longo da tarde e da noite. O domingo deverá ser o dia mais crítico, especialmente na Metade Norte, com possibilidade de acumulados entre 100 e 150 milímetros em apenas 12 horas — volume próximo ou superior à média histórica de todo o mês de junho.
A chuva intensa poderá gerar uma terceira onda de vazão nos principais rios do estado, afetando corpos hídricos que ainda não haviam retornado a níveis normais após as enchentes anteriores. A MetSul destaca que, embora não haja previsão de um evento tão severo quanto os registrados em setembro de 2023 ou maio de 2024, os riscos são significativos.
Os acumulados de chuva deverão provocar alagamentos urbanos nas regiões das Missões, Planalto Médio, vales do Taquari, Caí e Sinos, Serra, Grande Porto Alegre e Litoral Norte. A área metropolitana de Porto Alegre, especialmente as regiões das Ilhas, Canoas, Gravataí, Cachoeirinha e Alvorada, volta a ter risco elevado de novas inundações, devido ao represamento provocado pelo Rio Guaíba.
Rio Guaíba: Deve registrar elevação significativa a partir de terça-feira (2), com risco elevado para áreas ribeirinhas, já que ainda está em nível alto. A nova onda de vazão deve agravar as inundações em Canoas, represar o Sinos e o Gravataí e aumentar o risco em bairros como Paquetá e Ilhas.
Rio Taquari: A terceira onda de cheia poderá superar os 23 metros atingidos na primeira elevação em Lajeado, o que pode levar a inundações de média a grande proporção em todo o vale.
Rio Caí: A cheia deverá superar os quase 13 metros da última semana em São Sebastião do Caí. A tendência é de enchente significativa, embora sem atingir os extremos de maio.
Rio dos Sinos: Ainda acima da cota de inundação, o rio tende a registrar nova elevação expressiva, com risco de cheia de grande porte na Região Metropolitana, especialmente em áreas que recebem água do Paranhana e da Serra.
Rio Jacuí: Embora estivesse em processo de recuo, há risco de repique de cheia no Centro do estado. Em Eldorado do Sul, onde a cheia está próxima do pico, pode haver agravamento devido ao represamento pelo Guaíba.
A MetSul recomenda atenção especial entre sábado à noite e domingo de manhã, período de maior intensidade da chuva. As autoridades municipais e estaduais monitoram a evolução dos níveis dos rios e devem emitir novos alertas conforme a situação avance.
A Defesa Civil do Estado orienta que moradores de áreas de risco fiquem atentos às atualizações meteorológicas, mantenham rotas de fuga mapeadas e acompanhem os canais oficiais de comunicação para eventuais alertas de evacuação.
A população já afetada pelas cheias anteriores deve estar especialmente atenta, pois mesmo acumulados menores podem provocar novos transtornos em áreas vulneráveis.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
