A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) divulgou nesta terça-feira (6) o primeiro levantamento de 2025 do Índice de Insumos para Produção de Leite Cru (ILC), revelando uma alta de 1,7% no mês de março. O aumento foi puxado pelos preços da silagem, concentrado, sal mineral e energia elétrica, principais componentes da cesta de custos enfrentada pelos produtores gaúchos.
Segundo o Departamento Econômico da Farsul, a valorização do real no mês de fevereiro proporcionou uma queda de 7% nos preços dos fertilizantes, mas essa redução não foi suficiente para compensar os aumentos nos demais insumos. O preço do barril de petróleo caiu 4,6% no período, mas a baixa ainda não se refletiu nos valores praticados nos postos de combustíveis.
Com o resultado de março, a trajetória inflacionária do setor mudou de direção: após dois meses de queda, o acumulado do ano passou a registrar alta de 1,29%. Esse desempenho acompanha de perto o Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP), também medido pela Farsul, que apresenta variação positiva de 1,76% em 2025.
A alimentação, que representa o principal custo na atividade leiteira, segue pressionando os números. O milho, por exemplo, teve uma elevação de 3,35% desde janeiro. No acumulado dos últimos 12 meses, o ILC aponta uma alta expressiva de 22,95%, com destaque para os seguintes aumentos: silagem (35,1%), concentrado (22,7%), fertilizantes (15,8%), sal mineral (12,6%), combustíveis (9,9%) e energia elétrica (3,3%).
O relatório da Farsul alerta que o atual cenário exige atenção redobrada dos produtores, uma vez que os aumentos de custos não se limitam aos preços dos alimentos e da energia elétrica. Segundo a entidade, fatores estruturais como o desequilíbrio fiscal do país têm mantido a pressão inflacionária sobre o setor produtivo.
Para o mês de abril, a expectativa é de recuo no preço da soja e leve elevação na cotação do milho. A estabilidade do câmbio e a queda no valor do petróleo, por sua vez, devem contribuir para uma possível redução nos preços de fertilizantes e combustíveis, abrindo caminho para um alívio nos custos ao longo do próximo mês.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper