Apesar de ter afirmado repetidas vezes, durante sua apresentação oficial como diretor técnico do Grêmio, que não pretende mais atuar como treinador, Luiz Felipe Scolari, o Felipão, não possui em seu contrato com o clube qualquer cláusula que o impeça de voltar ao cargo de técnico. A ausência dessa limitação contratual, porém, não preocupa a direção gremista.
Ídolo em diversos clubes brasileiros e campeão mundial com a Seleção, Felipão garantiu que está comprometido com sua nova função administrativa e que não pretende voltar ao campo. "Não quero voltar a ser técnico. Vou tomar essa parte administrativa e tenho que aprender também. Vou fazer minha parte. Vou procurar auxiliar a parte de campo, à medida que for solicitado e à medida que possa participar. A parte do campo é do Mano e ele sabe o que precisa fazer", declarou.
A confiança no trabalho do técnico Mano Menezes, atual comandante da equipe, também reforça a tranquilidade nos bastidores do clube. A diretoria acredita que o projeto em andamento terá resultados positivos e que Felipão está plenamente engajado em sua nova função nos bastidores.
A situação difere, por exemplo, da vivida por Muricy Ramalho no São Paulo. Desde 2021, quando assumiu o cargo de coordenador de futebol no clube paulista, o ex-treinador inseriu uma cláusula contratual que o impede de retornar ao comando técnico da equipe. “No meu contrato tem uma cláusula que todo mundo pode ser treinador, menos eu. Se não fosse assim, não daria certo. Eu sei como é o futebol, tem os momentos difíceis que sempre tem a tentação”, explicou Muricy, em entrevista à TV Bandeirantes.
Muricy também destacou a importância dessa cláusula para preservar sua credibilidade: “Mas eu não quero mais ser treinador. Se você não fizer isso, você perde a confiança.”
No caso de Felipão, o Grêmio optou por confiar na palavra e na trajetória do multicampeão, que já comandou o clube em diferentes momentos e agora volta para exercer uma função estratégica fora das quatro linhas.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper