O dia 11 de abril entrou para a história do Exército Brasileiro com um marco inédito: a formatura da primeira mulher piloto de aeronaves da corporação. Aos 24 anos, a tenente Emily de Souza Braz, natural de Santana do Livramento (RS), concluiu o curso do Comando de Aviação do Exército (Cavex), em Taubaté, no interior de São Paulo, quebrando barreiras de quase quatro décadas.
Emily já havia sido pioneira ao integrar a primeira turma de oficiais femininas da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). Em 2024, ela se destacou mais uma vez ao enfrentar um exigente treinamento de voo ao lado de 13 colegas homens, passando por simulações, práticas com óculos de visão noturna e intensas aulas técnicas. "Voando não tem acostamento", destacou a tenente, ao comentar sobre os desafios e responsabilidades da aviação militar.
A cerimônia de formatura contou com a presença do comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, que celebrou o momento como um passo importante na integração das mulheres às funções operacionais da Força. “É um marco para todos nós. Estamos avançando na presença feminina nas nossas diversas áreas de atuação”, afirmou o general.
A vocação de Emily para a carreira militar tem raízes familiares: seu pai, o 2º tenente Carlos Braz, também integra o Exército. “Ela colocou na cabeça que queria ser piloto e trabalhou duro para isso. Ver ela chegar até aqui é uma bênção”, declarou. A mãe, Eliane de Souza Braz, emocionada, ainda tentava acreditar no feito da filha: “Ela pilotar um helicóptero... ainda não caiu a ficha, mas é grandioso.”
Agora formada, Emily inicia sua trajetória como piloto de helicóptero, assumindo missões no Cavex. Para além das manobras no ar, ela movimenta a história ao abrir caminho para que mais mulheres possam ocupar espaços tradicionalmente masculinos nas Forças Armadas. “É uma grande honra e uma responsabilidade enorme representar tantas mulheres que sonham com isso. Isso me motiva ainda mais”, afirmou a tenente.
A conquista de Emily Braz simboliza não apenas um avanço institucional, mas também uma inspiração para futuras gerações de mulheres brasileiras que sonham em voar alto.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper