Como as dívidas eram impagáveis devido aos juros abusivos, segundo a Polícia Civil, os "clientes" ficavam em débito e atrasavam os pagamentos, o que fazia com que membros do grupo criminoso fossem atrás delas.
"A análise do material obtido durante as investigações deixou claro que os investigados, na medida que algum pagamento atrasasse, caçavam os devedores através de anúncios em aplicativos de mensagens, oferecendo, inclusive, dinheiro para quem fornecesse informações sobre o paradeiro de determinadas pessoas", divulgou a Polícia Civil.
Quando eram encontradas, essas pessoas que deviam dinheiro aos agiotas eram torturadas e as agressões eram gravadas em vídeos. As imagens, então, eram usadas pelos criminosos para intimidar outras pessoas que estavam em débito.
"Tais agressões serviam de alertas a outros devedores, ou seja, caso determinado valor não fosse pago, 'a vítima seria a pessoa do vídeo de amanhã'".
Ao longo do último ano, a Polícia Civil identificou 41 pessoas físicas e jurídicas com envolvimento no esquema. Elas devem ser responsabilizadas por usura (agiotagem), extorsão, tortura e lavagem de dinheiro.
Polícia prende suspeito de agiotagem e tortura de 'clientes' que não pagavam empréstimos no RS — Foto: Ilustrariva :Por g1 RS e RBS TV