As exportações de ovos do Brasil para os Estados Unidos aumentaram 93% em fevereiro de 2025, em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O aumento ocorre em meio a um surto de gripe aviária que reduziu a oferta do alimento no mercado norte-americano.
Até janeiro, os ovos brasileiros eram utilizados apenas na produção de ração nos EUA. Atualmente, eles já podem ser empregados em alimentos processados, como misturas para bolo e sorvetes, mas ainda não têm autorização para venda in natura nos supermercados do país.
Além disso, os Estados Unidos avaliam flexibilizar as regras para o uso de ovos fecundados na indústria de frangos de corte. Para José Eduardo dos Santos, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), esse novo cenário representa uma oportunidade para expandir as exportações do setor no Brasil. No entanto, mesmo com o crescimento nas vendas externas, o país exporta pouco mais de 1% da produção total, que gira em torno de 57 milhões de ovos por ano. Dessa forma, não há risco de escassez ou alta de preços no mercado interno.
A Asgav prevê um novo avanço nas exportações nas próximas semanas, uma vez que países que tradicionalmente compravam ovos dos EUA podem redirecionar suas importações para o Brasil e, especialmente, para o Rio Grande do Sul.
Atualmente, os preços da proteína no mercado interno estão estáveis, com um leve recuo de 0,6% nas últimas semanas. No entanto, o setor ainda sente os impactos das enchentes de 2024, da crise de Newcastle e das altas temperaturas do verão. A expectativa da associação é de que os preços comecem a cair após a quaresma.
Mesmo com o aumento da demanda internacional, o presidente da Asgav alerta que os EUA devem recuperar sua produção ao longo de 2025, o que pode reduzir o volume de compras do Brasil nos próximos meses.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper