O rebanho leiteiro do Rio Grande do Sul apresenta boas condições gerais, com a queda nas temperaturas das últimas semanas proporcionando benefícios para a produção. Segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado na última quinta-feira (20), o clima mais ameno favoreceu o pastejo, impulsionando a recuperação da produção e diminuindo problemas sanitários, como mastite e lesões nos cascos dos animais. No entanto, algumas propriedades ainda enfrentam desafios, como a alta incidência de carrapatos.
Na região de Bagé, a produção de leite sofreu uma queda de 14% nas últimas semanas, consequência das altas temperaturas que forçaram os animais a passarem mais tempo à sombra e na água, prejudicando a alimentação. Em Caxias do Sul, medidas de mitigação, como o uso de ventiladores e aspersores, foram adotadas para aliviar os efeitos do calor, enquanto em Erechim a produção também caiu, mas as propriedades mais adaptadas ao estresse térmico conseguiram lidar melhor com as condições climáticas adversas.
Frederico Westphalen, por sua vez, registrou estabilidade nos preços do leite, com uma expectativa de leve alta nos próximos meses. A produção continua em declínio, reflexo da sazonalidade e do calor intenso, que afeta o consumo de alimentos e o bem-estar dos animais. Em Ijuí, as temperaturas mais baixas beneficiaram o retorno do consumo de pasto, embora propriedades sem sombra ou controle térmico ainda enfrentem dificuldades.
Em Passo Fundo, a vacinação e o controle de mosca-dos-chifres e carrapatos seguem em andamento, enquanto em Pelotas, algumas localidades observaram um pequeno aumento no preço do leite. Já em Porto Alegre, a estiagem agravou o vazio forrageiro, comprometendo as pastagens de verão e inverno. Em Santa Rosa, a produção de leite caiu 20% devido à estiagem, mas se estabilizou, com expectativa de recuperação após ajustes na alimentação e uso de alimentos conservados. Em Soledade, a amenização das temperaturas contribuiu para a redução do estresse térmico, beneficiando a saúde do rebanho.
Apesar dos desafios enfrentados por algumas regiões, o rebanho leiteiro do estado mostra-se resiliente, com boas perspectivas de recuperação e ajustes que devem melhorar a produção nos próximos meses.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper