Este cenário coloca Porto Alegre como uma das capitais com maior aumento no preço do café, ocupando a 6ª posição entre as 16 capitais analisadas pelo IBGE, com um acréscimo de 28,02% neste ano. Goiânia (GO) lidera a lista com uma impressionante alta de 86,44%, enquanto Recife (PE) registrou o menor aumento de 50,24%.

Os especialistas apontam uma série de fatores como responsáveis por essa alta contínua. Para o economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre, Oscar Frank Junior, o encarecimento é fruto de uma combinação de fatores climáticos e econômicos: "A redução da oferta de grandes polos produtores, como Vietnã e Indonésia, somada a problemas climáticos no Brasil, tem afetado a produção", explica.

Além disso, a alta do dólar tem incentivado a exportação, resultando em um menor abastecimento no mercado doméstico. "Não vejo uma expectativa de melhora a curtíssimo prazo, mas isso pode melhorar no segundo semestre", complementa o economista.

A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) também aponta os efeitos climáticos, como geadas e secas, que têm impactado a safra do Brasil, o maior produtor mundial de café, desde 2020. A entidade já sinaliza que o preço do café deve continuar subindo nos próximos meses, com uma expectativa mais clara sobre a colheita a partir de abril.

O presidente da Abic, Pavel Cardoso, destaca que, apesar da alta, uma possível redução nos preços depende da boa colheita de 2026. "Se as condições climáticas forem favoráveis, podemos ter uma expectativa mais otimista para a safra e, consequentemente, para os preços", conclui.

Portanto, enquanto o cenário permanece incerto, consumidores e produtores terão que lidar com o aumento dos preços do café por mais algum tempo.

Com informações: Jornalista Fernando Kopper