As fraudes bancárias digitais e os golpes envolvendo cartões alcançaram um valor inédito de R$ 10,1 bilhões no Brasil em 2024, segundo dados divulgados na terça-feira (11) pela Federação Brasileira das Associações de Bancos (Febraban). O aumento das fraudes, impulsionado pelo avanço do crime organizado no ambiente digital, está sendo monitorado de perto pela Polícia Federal (PF), que já classifica esse fenômeno como 'cangaço digital'.
O diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues, alertou sobre a realidade irreversível da migração das organizações criminosas para o espaço virtual, o que exige novas estratégias para combater esses crimes. A PF mudou seu foco de atuação, passando de investigações individuais para ações que busquem desmantelar as origens das fraudes, combatendo-as na raiz.
“Não adianta ter um volume imenso de operações e investigações se ao fim o resultado é insignificante”, afirmou Rodrigues durante evento organizado pela Febraban, que reuniu especialistas para discutir estratégias de prevenção, segurança cibernética e repressão a fraudes bancárias.
A PF definiu três eixos prioritários para o combate a fraudes digitais: a integração entre o setor público e privado, a descapitalização das organizações criminosas e a cooperação internacional. Rodrigues destacou que “hoje não há fronteiras ao crime”, sendo fundamental uma atuação global para desmantelar as redes de crime organizado.
Durante o evento, o secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, destacou a necessidade de fortalecer o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para combater a criminalidade organizada e separar transações ilícitas.
O presidente da Febraban, Isaac Sidney, também propôs punições para os chamados 'laranjas', pessoas que alugam seus CPFs para movimentações ilegais, e responsabilizou instituições financeiras negligentes com a segurança das contas, que acabam servindo como canais para crimes financeiros.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper