O Índice de Insumos para Produção de Leite Cru do Rio Grande do Sul (ILC) fechou 2024 com uma inflação acumulada de 6,17%, conforme dados divulgados pela Assessoria Econômica da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). O aumento foi impulsionado principalmente pela alta nos custos com alimentação, fertilizantes e combustíveis, itens que representam grande peso na produção leiteira.
Entre os principais componentes do índice, o milho registrou elevação de 14% no ano, enquanto os fertilizantes tiveram um aumento ainda mais expressivo, de 20,3%. Outros itens da cesta, como silagem (14%), concentrado (1,8%) e combustíveis (6,7%), também contribuíram para a inflação no setor.
No último mês de 2024, os custos avançaram 1,28% em relação a novembro. Destaque para os fertilizantes, que tiveram alta de 10%, influenciada pela valorização do dólar acima de R$ 5,00 no período. O sal mineral, após meses de estabilidade, subiu 4,7%. Por outro lado, a energia elétrica apresentou uma redução de 14%, marcando a segunda queda consecutiva.
Segundo o relatório da Farsul, o ILC superou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no acumulado do ano. O documento alerta para um cenário fiscal preocupante no Brasil, que pode resultar em uma inflação persistente ao longo de 2025. “O descontrole fiscal tem impactado negativamente as expectativas e desancorado a inflação futura”, destaca o estudo.
Apesar do panorama desafiador, o levantamento projeta um possível alívio nos preços de soja, milho e energia elétrica já em janeiro de 2025. A desvalorização do dólar também pode reduzir os custos de fertilizantes e combustíveis, trazendo algum fôlego para os produtores no início do ano.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
