A estiagem prolongada que assola o Rio Grande do Sul desde dezembro tem causado prejuízos severos à agricultura, com destaque para as lavouras de soja e milho. A falta de chuvas, somada a temperaturas extremas, comprometeu o desenvolvimento das culturas, deixando os produtores em estado de alerta.
Nesta quinta-feira (6), um ciclone formado sobre o oceano deve trazer chuvas ao estado, mas os volumes estarão concentrados no norte, oferecendo apenas um alívio momentâneo. Segundo Gabriel Rodrigues, meteorologista do Portal Agrolink, as temperaturas terão uma leve redução, mas o calor deve persistir até que chuvas mais volumosas cheguem na próxima semana, entre os dias 11 e 13.
"A disponibilidade hídrica em fases críticas do desenvolvimento das culturas é determinante para a produtividade. Infelizmente, o impacto da estiagem prolongada combinado às altas temperaturas já comprometeu de forma significativa as lavouras", explica Rodrigues.
As lavouras de soja, em sua maioria entre as fases de desenvolvimento vegetativo e floração, estão entre as mais afetadas. Segundo o meteorologista, a falta de água durante a floração e o enchimento de grãos reduz a capacidade fotossintética das plantas, acelerando a senescência e prejudicando a produtividade.
No caso do milho, os danos são ainda mais graves. "Temperaturas acima de 35°C durante o embonecamento e a polinização comprometem a viabilidade do pólen e a fecundação das espigas, reduzindo drasticamente a produção de grãos", detalha Rodrigues.
Embora a previsão indique precipitações entre 60 e 100 mm nos próximos dias, o meteorologista alerta que a recuperação das lavouras será limitada. "Os danos fisiológicos já são irreversíveis em muitas áreas, e o impacto na produtividade será significativo", conclui.
A expectativa agora é que as chuvas previstas para a próxima semana possam, ao menos, aliviar os efeitos da estiagem e amenizar o impacto sobre os produtores rurais do estado.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper