Segundo a Agência Nacional da Aviação Civil (Anac), o Cfit ocorre quando uma aeronave colide com o solo, água ou obstáculo, mesmo estando em boas condições operacionais e sob controle do piloto. O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) da Força Aérea Brasileira ressalta que esse tipo de acidente está frequentemente associado à falta de conhecimento preciso do piloto sobre a altitude e a proximidade de obstáculos.

Na ocasião do acidente, uma forte cerração atingia o Aeroporto de Canela, que não possui estação meteorológica nem torre de controle. Dessa forma, a decisão de prosseguir com o voo era exclusivamente do piloto. Especialistas apontam que a desorientação espacial é uma das principais causas do Cfit, sendo agravada por fadiga, perda de consciência situacional e condições climáticas adversas.

Já a perda de controle em voo (LOC-I), também apontada no relatório, ocorre quando a aeronave sofre desvios extremos em sua trajetória. Conforme esclarecido pelo Cenipa, o relatório preliminar tem caráter informativo e pode ser alterado ao longo da investigação. O documento não tem como objetivo atribuir culpa ou responsabilização, mas sim levantar fatores que possam esclarecer questões técnicas relacionadas à ocorrência.

O acidente aconteceu próximo à Avenida das Hortênsias, no bairro Avenida Central, em Gramado. A aeronave de prefixo PR-NDN havia decolado do Aeroporto de Canela às 9h15min com destino a Jundiaí (SP). Três minutos após a decolagem, o avião fez uma curva acentuada à direita e colidiu com a chaminé de um prédio em construção, atingindo em seguida uma casa e uma loja de móveis. Os destroços ainda alcançaram uma pousada.

No momento do impacto, havia 10 pessoas da família Galeazzi a bordo da aeronave, todas faleceram. Outras 17 pessoas que estavam na região da queda ficaram feridas, sendo que duas permanecem internadas em hospitais de Porto Alegre.

Com informações: Jornalista Fernando Kopper

Fonte: Cenipa/GZH