A Polícia Civil revelou, nesta segunda-feira (13), que encontrou uma nota fiscal de compra de arsênio no celular de Deise Moura dos Anjos, investigada por envenenar e matar quatro pessoas da mesma família. O documento identificava Deise como destinatária do produto, adquirido pela internet pelo menos quatro vezes em um intervalo de quatro meses.
Uma das compras ocorreu antes da morte de Paulo Luiz dos Anjos, sogro de Deise, que faleceu dois dias após recebê-la em sua casa, em Arroio do Sal, no final de agosto de 2024. Exames realizados após a exumação do corpo, na semana passada, confirmaram a presença de arsênio. Na época, a família acreditava que a morte havia sido causada por intoxicação alimentar, atribuída a bananas contaminadas por enchentes.
Exames também detectaram arsênio em Zeli Teresinha Silva dos Anjos, esposa de Paulo, e em outras duas vítimas que consumiram um bolo preparado com farinha contaminada no último Natal. A Polícia Civil ainda apura como o veneno foi inserido no alimento.
Em depoimento, Deise negou ter levado veneno à casa da sogra e afirmou que visitou o local em novembro, após uma queda de energia que comprometeu a conservação de alimentos. No entanto, os investigadores avaliam a possibilidade de a farinha contaminada ter sido deixada na residência durante essa visita.
Além de negar envolvimento direto no envenenamento, Deise declarou estar chateada com a sogra, que decidiu passar o Natal com as irmãs Neuza Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva. As duas, assim como Tatiana Denize Silva dos Anjos, filha de Neuza, morreram após ingerirem o bolo envenenado.
A defesa de Deise informou que aguarda acesso integral aos documentos e provas do inquérito para se manifestar e que já realizou pedidos formais para esclarecimentos sobre o andamento da investigação.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
