O governo do Rio Grande do Sul intensifica esforços para remover duas barreiras sanitárias que limitam o comércio com a China, principal mercado internacional de produtos de origem animal. A retomada da exportação de aves e a ampliação da venda de suínos, incluindo miúdos e ossos, foram temas destacados no RS Day em Pequim, realizado no sábado (23).
A exportação de aves foi suspensa em junho, após um caso da doença de Newcastle registrado no estado. Segundo o secretário de Agricultura, Pecuária e Irrigação, Clair Kuhn, as medidas necessárias para garantir a segurança sanitária já foram implementadas, e o episódio foi rapidamente controlado. "O foco foi único e não houve novos casos em áreas comerciais", afirmou. Ainda assim, a China mantém as restrições. Antes da suspensão, o estado exportou 40 mil toneladas de aves em 2024, número inferior às 66 mil toneladas do ano anterior. O impacto foi mitigado pela abertura de mercados nas Filipinas e no Chile.
Outra prioridade do governo é ampliar a exportação de suínos. Atualmente, o comércio se restringe à carne desossada, mas o objetivo é incluir miúdos e partes como pés, produtos de alta demanda na China. Desde 2020, o Rio Grande do Sul é reconhecido como livre de febre aftosa sem vacinação, o que fortalece as negociações.
Apesar da expectativa de um avanço durante a visita do presidente chinês ao Brasil, no G20, nenhum protocolo de entendimento foi assinado. Kuhn destacou que o estado segue preparado para atender às exigências do mercado chinês. Com oito plantas frigoríficas já autorizadas para exportação, a liberação desses produtos poderia gerar um impacto financeiro significativo na economia estadual.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper