Aos 64 anos, o sargento Banza compartilhou memórias de sua jornada na corporação, destacando os desafios e aprendizados que marcaram sua atuação. Durante a conversa com o jornalista Fernando Kopper, ele enfatizou que ser bombeiro vai muito além do combate a incêndios. "Nosso trabalho envolve muitas frentes. As vistorias que realizamos, por exemplo, têm um papel crucial na prevenção de incêndios e na garantia de segurança em estabelecimentos e eventos. O que muitas pessoas não percebem é que, às vezes, um simples ajuste que recomendamos em uma vistoria pode salvar vidas, porque evita uma tragédia antes mesmo de ela acontecer."

 

O sargento também falou sobre o papel dos bombeiros em operações de resgate em situações de alagamentos, soterramentos e acidentes de trânsito. Ao abordar os desafios de salvamentos em rodovias, ele destacou a importância de manter os equipamentos em perfeito estado. "Resgatar vítimas de acidentes de trânsito é um dos trabalhos mais delicados que realizamos. Muitas vezes, temos que agir rápido para retirar uma pessoa presa às ferragens, e, nesses momentos, cada segundo conta. Por isso, é essencial que nossos equipamentos estejam sempre funcionando perfeitamente. Uma falha técnica pode custar uma vida", explicou.

 

Banza também ressaltou a importância da constante atualização profissional para os bombeiros. "As técnicas de resgate estão sempre evoluindo, e é fundamental que nós, bombeiros, acompanhemos essas mudanças. A cada curso ou treinamento, aprendemos novas formas de agir, métodos mais seguros e eficientes, que podem fazer toda a diferença em salvar vidas. Eu sempre procurei participar dessas capacitações, porque sei que o conhecimento é o nosso maior aliado nas situações de emergência."

 

Ele ainda relembrou momentos marcantes em sua carreira, como resgates que tiveram desfechos emocionantes. "Certa vez, fomos chamados para socorrer uma vítima presa nas ferragens após um acidente grave. Foi um trabalho intenso, que exigiu o uso de equipamentos de corte e muita coordenação da equipe. Felizmente, conseguimos retirá-la com vida, e alguns meses depois ela voltou ao quartel para nos agradecer. São situações como essa que nos mostram o valor do que fazemos", relatou emocionado.

 

Banza falou também sobre o início de sua trajetória em 1984, quando recebeu o tradicional batismo dos bombeiros com um banho de mangueira no pátio do batalhão. "Naquele momento, eu entendi que estava entrando em uma jornada de muito compromisso. Ser bombeiro é ser mais do que um profissional. É ser alguém que, em meio ao caos, traz esperança", afirmou. Quatro décadas depois, em 9 de setembro de 2024, ele se despediu da corporação com o mesmo ritual, desta vez como uma homenagem de seus colegas. "Foi um momento único. Receber aquele último banho foi um gesto simbólico de reconhecimento pelo trabalho realizado ao longo desses anos. Não era apenas um adeus, mas um abraço da corporação que eu tanto amo", concluiu.

 

Para Banza, o fim de sua atuação no Corpo de Bombeiros não significa o encerramento de seu compromisso com a comunidade. "Agora que estou na reserva, quero continuar ajudando, de outras formas, a comunidade de Cruz Alta. O que aprendi em todos esses anos não pode ficar guardado. Quero compartilhar minha experiência e apoiar iniciativas que ajudem a tornar a nossa cidade um lugar mais seguro", afirmou.

 

O programa "Histórias de Vida" seguirá trazendo relatos inspiradores de pessoas que marcaram a história de Cruz Alta. O próximo episódio será exibido no sábado seguinte, às 10h, e promete mais uma emocionante jornada de superação e serviço.

Com informações: Jornalista Fernando Kopper