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Indústrias do RS registram alta de 7% em vendas após enchentes, com destaque para setores de tabaco e borracha
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Publicado em 13/11/2024
A Receita Estadual divulgou a 12ª edição do boletim econômico-tributário, que analisa os impactos das enchentes nas movimentações econômicas dos contribuintes do ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços) do Rio Grande do Sul. O levantamento registrou um aumento de 7% nas vendas das indústrias gaúchas em outubro, em comparação com o mesmo mês de 2023. Entre os setores com crescimento destacado, o de Tabacos apresentou avanço de 43,4%, seguido por Pneumáticos e Borracha, com 20,6%, e Madeira, Cimento e Vidro, com 15,5%. A única queda ocorreu no setor metalmecânico, que registrou retração de 5,4%.
O estudo também apresentou dados por região, com o maior crescimento verificado no Jacuí Centro, onde as vendas subiram 81,2%, seguido pelo Vale do Rio Pardo (31,3%) e Alto da Serra do Botucaraí (30,6%). Em contrapartida, as regiões Fronteira Noroeste e Alto Jacuí apresentaram quedas nas vendas de 49,1% e 13,0%, respectivamente. O boletim ressalta que os dados refletem não apenas os impactos das enchentes, mas também influências de fatores econômicos e sazonais.
Além das vendas, o volume de compras das indústrias também avançou, indicando um aquecimento da atividade econômica estadual. O nível de compras internas aumentou 22% em outubro de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior, com destaque para os setores de Combustíveis (87,0%), Pneumáticos e Borracha (85,4%) e Insumos Agropecuários (34,7%). As compras interestaduais também apresentaram elevação, com um crescimento de 8,4%, impulsionadas pelos setores de Tabacos (307,4%), Pneumáticos e Borracha (35,6%) e Plástico (30,0%).
Outro ponto de destaque no boletim é o impacto positivo na arrecadação de ICMS. Em outubro, a arrecadação estadual do imposto foi de R$ 4,21 bilhões, superando a previsão inicial de R$ 4,08 bilhões em 3,2%. No acumulado de maio a outubro de 2024, período em que os efeitos das enchentes foram sentidos, o total arrecadado chegou a R$ 25,13 bilhões, valor 4,2% acima do projetado antes das enchentes, o que representa um incremento de R$ 1,02 bilhão. Esse desempenho é atribuído à recuperação da atividade econômica a partir de julho, após uma queda expressiva na arrecadação registrada em maio (-17,3%) e junho (-8,9%).
O levantamento também revela o nível de atividade dos estabelecimentos em áreas afetadas. Dos 3.307 estabelecimentos do Regime Geral situados nas regiões impactadas pelas enchentes, 82% apresentaram oscilações dentro da normalidade na última semana de outubro, com nível de atividade em 70% ou mais do habitual. Outros 5% operaram com um nível médio de atividade (entre 30% e 70% do normal), enquanto 13% ainda registraram baixo nível de atividade, com vendas abaixo de 30% da média normal. No Simples Nacional, que inclui micro e pequenas empresas, dos 5.106 estabelecimentos localizados em áreas inundadas, 82% também operaram normalmente, enquanto 3% estavam em nível médio e 15% mantinham um nível de atividade reduzido. Durante o pico da crise, apenas cerca de 30% dos estabelecimentos funcionavam dentro da normalidade.
Esse boletim da Receita Estadual demonstra que, apesar dos prejuízos das enchentes, a atividade econômica das indústrias do Rio Grande do Sul mostra sinais de recuperação, com aumento nas vendas e uma arrecadação de ICMS acima das expectativas, indicando uma retomada gradual do setor.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
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