Na manhã desta segunda-feira, 4 de novembro, o governo de Israel notificou oficialmente a ONU sobre o fim de sua cooperação com a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA). A decisão levanta preocupações sobre um possível colapso da ajuda humanitária na Faixa de Gaza, em meio a intensos combates entre Israel, o Hamas e o Hezbollah.
O anúncio ocorre em um contexto de ofensivas israelenses contra o Hamas na Faixa de Gaza e o Hezbollah no Líbano. Apesar dos danos sofridos, o Hezbollah continuou seus ataques, disparando uma grande quantidade de foguetes contra a cidade de Safed nesta segunda-feira.
A guerra na Faixa de Gaza teve início em 7 de outubro de 2023, após um ataque sem precedentes do Hamas a território israelense. No dia seguinte, o Hezbollah abriu uma nova frente contra Israel, intensificando os conflitos que já estavam em curso desde setembro. A recente proibição das atividades da UNRWA em Israel e nos territórios palestinos ocupados foi uma medida aprovada pelo Parlamento israelense na semana passada.
Segundo comunicado do Ministério das Relações Exteriores de Israel, a decisão de cancelar o acordo com a UNRWA se baseia em alegações de que funcionários da agência teriam estado envolvidos no ataque de 7 de outubro. A nota afirma que houve evidências de que agentes do Hamas eram empregados da UNRWA e que as instalações da agência estavam sendo utilizadas para atividades terroristas.
Jonathan Fowler, porta-voz da UNRWA, alertou que a implementação da lei que encerra a cooperação poderá provocar um colapso na operação humanitária em Gaza, essencial para a assistência a milhões de palestinos. Em contrapartida, o ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, afirmou que a maior parte da ajuda humanitária chega através de outras organizações e que apenas 13% da assistência a Gaza provém da UNRWA.
Os impactos do conflito são devastadores. Desde o ataque do Hamas, mais de 43.300 pessoas foram mortas em Gaza, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas. A situação humanitária é alarmante, com milhares de pessoas deslocadas e em necessidade de ajuda emergencial, enquanto o Exército israelense intensifica suas operações, tanto na Faixa de Gaza quanto no sul do Líbano, onde continua a bombardear posições do Hezbollah.
A crise humanitária em Gaza é marcada pela falta de água, alimentos e assistência básica, conforme relatado por residentes como Sumaya Al-Zaanin, que descrevem um cenário desolador. A escalada de violência e as medidas de Israel contra a UNRWA complicam ainda mais a já crítica situação dos refugiados palestinos e da população local.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper