Um estudo realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) revelou que Caxias do Sul é a cidade com maior número de cicatrizes de movimentos de massa em todo o Rio Grande do Sul, contabilizando 656 marcas. O levantamento, feito em resposta às fortes chuvas que atingiram o estado desde maio, apontou Veranópolis logo atrás, com 636 cicatrizes. Ao todo, foram mapeados 16.862 movimentos de massa em uma área de aproximadamente 18 mil km².
A pesquisa, conduzida por uma equipe de 50 profissionais – incluindo professores, técnicos e alunos da UFRGS –, contou com imagens de satélite de alta resolução e trabalho de campo, possibilitando a identificação detalhada de áreas afetadas. Essas cicatrizes representam a movimentação de solo e rochas, visíveis no terreno, enquanto os pontos de ruptura assinalam o início dos deslizamentos ao longo das encostas.
O mapeamento completo pode ser acessado no “Webmapa de Movimentos de Massa para Equipes de Apoio na Situação de Calamidade/2024”, com dados disponíveis para download no repositório da UFRGS. Com a conclusão deste trabalho, as autoridades dispõem de um panorama amplo para a criação de medidas preventivas e de adaptação em regiões como a Serra Gaúcha, Vale do Taquari, Vale do Rio Pardo e Quarta Colônia, locais gravemente atingidos pelos deslizamentos.
O coordenador do estudo, professor Andrades-Filho, destaca a gravidade do evento, que registrou o maior número de movimentos de massa da história do Brasil, superando até mesmo a tragédia de 2011 no Rio de Janeiro. O levantamento identificou que 150 municípios gaúchos foram afetados diretamente, e mais de 10 mil propriedades tiveram danos significativos, enquanto diversos acessos por estradas permanecem comprometidos.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte: Leouve