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Tragédia em Igrejinha: pai das gêmeas mortas compartilha dor em entrevista e questiona maldade contra crianças
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Publicado em 29/10/2024
Há duas semanas, o Vale do Paranhana foi abalado pela trágica morte das gêmeas Manuela e Antônia Pereira, de apenas 6 anos, em Igrejinha. As meninas foram encontradas em casa, apresentando sintomas de parada cardiorrespiratória e sinais que levantaram suspeitas de envenenamento. A mãe, de 42 anos, que estava sozinha com as crianças no momento dos óbitos, foi presa temporariamente e é considerada a principal suspeita do crime.
 
Em uma entrevista à Record RS, o pai das gêmeas, visivelmente emocionado, compartilhou sua dor e desespero: “É uma coisa que eu não desejo para ninguém. Eu nunca passei por uma situação dessas.” O homem lembrou que já havia perdido um filho, assassinado em 2022, e agora enfrenta a perda das duas filhas mais novas. “O que mais dói é imaginar que alguém tenha feito alguma coisa desproporcional para os meus dois anjinhos. Elas só tinham amor, como alguém faz uma maldade para duas crianças que só têm amor?” questionou.
 
O pai também relatou que, após a morte de seu filho mais velho, a agora ex-mulher entrou em um quadro grave de depressão, sendo internada em setembro deste ano. O casal, que teve um relacionamento conturbado, chegou a se separar e a disputar a guarda das crianças enquanto residiam em Santa Maria, na Região Central do Estado.
 
Ele revelou que soube, há alguns anos, que a ex-mulher lhe dava comprimidos para dormir sem seu conhecimento, mas nunca imaginou que isso pudesse se estender às filhas. “Era para mim, nunca foi contra os meus filhos, e eu decidi passar por cima disso”, explicou. Após as mortes, o pai chegou a investigar alimentos na casa, acreditando que algo que as meninas tivessem comido pudesse ser a causa do problema, mas logo descartou essa hipótese.
 
A investigação do caso está em andamento, aguardando os laudos periciais que podem indicar a causa exata das mortes, mas ainda não há prazo para a conclusão. Apesar da dor irreparável, o pai confia no trabalho da polícia: “Nada do que acontecer vai aliviar minha dor. Nada vai trazer minhas menininhas. E eu acredito que eles [a polícia] estão fazendo o trabalho deles e correndo atrás.”
 
Enquanto aguarda o desdobramento das investigações, Pereira contratou um advogado para acompanhar o caso junto à polícia. O advogado Fábio Fischer esclareceu que seu cliente não é investigado e atua apenas como testemunha neste trágico episódio, com o objetivo de mantê-lo informado sobre os desdobramentos da investigação e, futuramente, podendo ajudar na assistência de acusação, caso o pai assim deseje.

 

Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte e foto: Correio do Povo
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