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Censo 2022 revela mudanças estruturais na sociedade brasileira, com aumento de domicílios unipessoais e casais sem filhos
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Publicado em 28/10/2024
O Censo 2022, divulgado na manhã desta sexta-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta uma significativa mudança estrutural na sociedade brasileira, com um aumento notável no número de pessoas vivendo sozinhas e uma crescente proporção de casais optando por não ter filhos. A pesquisa mostra que a porcentagem de domicílios unipessoais saltou de 12,2% em 2010 para 18,9% em 2022, abrangendo todas as faixas etárias, e não apenas entre os idosos.
 
Além disso, a proporção de casais sem filhos aumentou de 16,1% para 20,2% no mesmo período. A queda nas porcentagens de outros arranjos domiciliares sugere uma alteração cultural e social relevante. Este cenário é impactado pelo envelhecimento da população e pela diminuição das taxas de natalidade, o que poderá gerar maiores demandas sobre o sistema público de saúde e assistência social nos próximos anos.
 
Márcio Minamigushi, um dos coordenadores da pesquisa, explica que “essa mudança no perfil das famílias está relacionada a vários fatores”, incluindo o envelhecimento populacional e a tendência de adiar o casamento ou optar por não se casar e não ter filhos. O IBGE classifica as unidades domésticas em quatro tipos: unissociais (um morador), nucleares (casais e famílias), estendidas (com outros membros da família) e compostas (com pessoas que não são da família). Entre essas, a nuclear continua sendo a mais frequente, representando 64,1% do total.
 
As maiores proporções de domicílios unipessoais foram observadas no Rio de Janeiro (23,4%), Rio Grande do Sul (22,3%) e Espírito Santo (20,6%). Por outro lado, os menores percentuais foram registrados no Amapá (12,0%), Amazonas (13,0%) e Pará (13,5%). Embora o grupo acima dos 60 anos ainda seja o mais prevalente entre os domicílios unipessoais (28%), o crescimento nesse segmento foi o menor. Em contrapartida, faixas etárias mais jovens, como de 18 a 24 anos, apresentaram um aumento de 52,2% nesses domicílios.
 
O Brasil conta com cerca de 72 milhões de unidades domésticas, 15 milhões a mais do que em 2010. O número médio de moradores por domicílio caiu de 3,7 em 2000 para 2,8 em 2022, com 72,3% das unidades tendo até três moradores. A pesquisa também revela uma mudança no perfil dos responsáveis pelas unidades, com 49,1% sendo mulheres em 2022, um aumento considerável em relação aos 38,7% registrados em 2010.
 
Outra mudança significativa é a superação da proporção de pardos (43,8%) sobre brancos (43,8%) entre os responsáveis por unidades domésticas, pela primeira vez. O Censo também registrou 1,3 milhão de óbitos entre agosto de 2021 e julho de 2022, com a maioria das mortes masculinas na faixa etária de 15 a 34 anos, destacando causas externas como os principais fatores de mortalidade.

 

Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte: IBGE
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