A Polícia Federal (PF) recomendou ao Conselho Regional de Psicologia (CRP) a apuração dos laudos psicológicos que certificaram a capacidade do motorista Edson Fernando Crippa, de 45 anos, para possuir armas de fogo. Crippa, que sofria de esquizofrenia, foi responsável pela morte de quatro pessoas e por ferir outras oito entre a noite de terça-feira (22) e a manhã de quarta-feira (23), em Novo Hamburgo, no Vale dos Sinos. Ele foi morto em confronto com o Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da Brigada Militar.
A Delegacia de Controle de Armas e Produtos Químicos (Deleaq) da PF solicitou que o CRP abra um procedimento administrativo para investigar possíveis falhas no exame psicotécnico que aprovou Crippa, além de preservar os testes realizados. Caso a análise aponte algum erro, o psicólogo responsável poderá ser descredenciado.
Das quatro armas apreendidas com Crippa, apenas uma tinha registro ativo no Sistema Nacional de Armas (Sinarm), com certificado válido. A PF informou que, ao solicitar a aquisição da arma, Crippa apresentou um laudo psicológico emitido por uma psicóloga credenciada, atestando-o como “apto” para posse de armamento. Atualmente, a PF ainda não é responsável pelo registro e controle das atividades dos Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CAC), função que passará aos agentes federais em 1º de janeiro de 2024, conforme acordo de cooperação com o Exército Brasileiro.
De acordo com a investigação da Polícia Civil, tanto Crippa quanto seu pai, Eugênio, de 74 anos, morto pelo próprio filho, sofriam de esquizofrenia. Eugênio fazia uso de medicamentos para controle do transtorno, enquanto Crippa, que acumulava quatro internações psiquiátricas desde 2008, não tomava medicação.
O inquérito busca esclarecer como Crippa obteve e renovou o registro de armas mesmo com o diagnóstico psiquiátrico. Ele mantinha o registro de CAC ativo desde 2007, com renovações em 2018 e 2020, além de ter concluído diversos cursos de tiro. As armas e munições foram encontradas em sua residência no bairro Ouro Branco.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
