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Brasil veta Venezuela e Nicarágua na expansão do Brics durante cúpula na Rússia
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Publicado em 23/10/2024
No primeiro dia da cúpula do Brics em Kazan, Rússia, os membros do bloco finalizaram a lista de países convidados para a próxima fase de expansão. Nicarágua e Venezuela chegaram a ser cogitadas, mas foram vetadas pelo Brasil. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, fez uma aparição surpresa no encontro nesta terça-feira (22) e planeja se reunir com Vladimir Putin na quarta-feira (23) para tentar reverter a decisão. No entanto, diplomatas brasileiros avaliam que a mudança é improvável.
 
Tanto Maduro quanto o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, vêm enfrentando críticas crescentes devido ao aumento da repressão a opositores, consolidando suas posições como ditaduras ao lado de Cuba. Essa situação vem afastando o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, apesar da histórica proximidade ideológica.
 
O Brics, inicialmente composto por Brasil, Rússia, Índia e China, incorporou a África do Sul em 2011. Agora, liderada principalmente pela Rússia e China, a nova fase de expansão busca incorporar países como Bolívia, Cuba, Indonésia, Malásia, e outras nações, em uma tentativa de fortalecer o bloco contra o Ocidente. A expansão, no entanto, tem gerado desconforto no Brasil, especialmente devido ao aumento de regimes autocráticos entre os novos membros, o que isola ainda mais o país como uma das poucas democracias do grupo.
 
Apesar das críticas, a cúpula resultou na inclusão de uma pauta antiga do Brasil: a reforma do Conselho de Segurança da ONU, tema inserido nas negociações pelos diplomatas brasileiros. O presidente Lula, que cancelou sua viagem à Rússia após um acidente doméstico, participará das discussões por videoconferência.
 
A cúpula marca um momento decisivo para o Brics, com a expansão trazendo novos desafios, especialmente em termos de governança e consenso entre os membros.

 

Com informações: Jornalista Fernando Kopper
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