A campanha pela prefeitura de Porto Alegre entrou em uma fase de intensificação de críticas entre os candidatos Sebastião Melo (MDB) e Maria do Rosário (PT) na última semana antes do segundo turno. Os ataques, que ganharam força nos debates, programas de TV e redes sociais, resultaram em uma decisão judicial que ordenou a retirada de uma propaganda da campanha de Melo.
A estratégia da campanha petista tem sido associar o prefeito ao ex-presidente Jair Bolsonaro, reforçando sua ligação com o bolsonarismo. João Pedro Caldas, coordenador digital de Rosário, explicou que a intenção é "mostrar que Melo e sua vice estão de mãos dadas com Bolsonaro". Nas redes sociais da candidata, publicações que criticam a gestão de Melo e o associam a elementos do bolsonarismo, como cloroquina e ivermectina, se tornaram mais frequentes, além de peças satíricas como o "suco do Melo", exibido nos programas de TV.
Em resposta, Melo nacionalizou o debate ao trazer à tona casos de corrupção ligados ao PT, como o mensalão. No entanto, uma de suas propagandas foi retirada do ar após decisão da Justiça Eleitoral, que a considerou ofensiva e difamatória contra Maria do Rosário, sob multa de R$ 30 mil para cada peça que continuasse a ser veiculada. A propaganda usava um jingle satirizando o nome de Rosário e a associando a episódios de corrupção.
Melo criticou a decisão judicial, afirmando que foi uma resposta política e acusando o Judiciário de não agir da mesma forma em relação às críticas feitas pela campanha de Rosário. “A Maria tem imputado uma série de peças na televisão e nas redes sociais e o Judiciário tem silenciado sobre isso", reclamou o prefeito. Por outro lado, a campanha petista reconhece que o acirramento no segundo turno foi iniciado por suas investidas, mas lamenta o que considera ser um uso de misoginia e machismo na disputa.
Esse não foi o único embate judicial entre as campanhas. No sábado anterior, a 161ª Zona Eleitoral de Porto Alegre deu três decisões favoráveis a Melo, exigindo a remoção de publicações nas redes sociais feitas por apoiadores de Rosário, incluindo o vereador Jonas Reis (PT) e a ex-deputada Manuela d'Ávila.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper