As cotações do trigo na Bolsa de Chicago registraram um aumento no início de outubro, atingindo US$ 6,15 por bushel no dia 2, a maior marca desde junho deste ano. A análise da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA) aponta que, apesar de uma leve retração no dia seguinte para US$ 6,03, o valor ainda superou os US$ 5,84 observados uma semana antes.
Em setembro, a média do trigo ficou em US$ 5,70 por bushel, representando uma alta de 8,2% em relação a agosto, embora tenha havido uma queda de 0,9% em comparação ao mesmo período de 2023. Com a colheita de trigo nos Estados Unidos finalizada, o plantio da safra de inverno já foi iniciado, com 39% da área prevista já semeada até o fim de setembro, mantendo o ritmo histórico.
Enquanto isso, na Austrália, o clima seco e as geadas severas causaram perdas expressivas, com a produção total de trigo estimada entre 27 e 29 milhões de toneladas, abaixo da média histórica, mas ainda superior à produção do ano anterior. Essas adversidades climáticas são vistas como um dos principais fatores de sustentação dos preços globais.
A demanda internacional também impacta o mercado, com o Egito, um dos maiores importadores, firmando acordo para a compra de 510 mil toneladas mensais de trigo entre novembro de 2024 e abril de 2025, totalizando 3,06 milhões de toneladas. Embora a origem do trigo não tenha sido revelada oficialmente, especialistas indicam que a maior parte virá da região do Mar Negro.
Combinando as perdas na produção australiana, o avanço do plantio nos EUA e a forte demanda do Egito, as cotações do trigo devem continuar voláteis nas próximas semanas, influenciadas pelas condições climáticas e as movimentações no comércio internacional.