As queimadas que afetam diversos estados brasileiros, especialmente no Centro-Oeste, devem impactar o preço da carne no Rio Grande do Sul nas próximas semanas. Segundo especialistas do setor frigorífico e economistas, o cenário de baixa nos valores observado até agosto tende a ser revertido, com alta nos preços ao consumidor final em setembro e outubro.
Ladislau Boes, presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Rio Grande do Sul (Sicadergs), estima que os valores subirão, após uma queda de 12% no preço da carne registrada nos primeiros oito meses de 2024 em comparação ao mesmo período de 2023. A redução no fornecimento de carne de estados atingidos pelas queimadas é um dos principais fatores.
"Estamos vendo uma menor entrada de carnes mais baratas de fora do Estado, o que vai trazer uma nova realidade para os preços nas prateleiras. Mesmo com a queda no valor do boi e da carne resultante dos abates locais, nossos preços ainda são maiores em relação ao Centro-Oeste do Brasil", explica Boes.
Atualmente, 51% do fornecimento de carnes desossadas no Rio Grande do Sul vem de outros estados. Diante da escassez de oferta externa, Boes prevê que a indústria frigorífica local intensificará os abates para abastecer o mercado interno, que até julho operava com apenas 50% de sua capacidade devido à concorrência de carnes vindas de fora.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
