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Rio Grande do Sul tem o pior desempenho na criação de empregos formais entre os estados do Brasil, aponta boletim
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Publicado em 20/09/2024
O mercado formal de trabalho no Rio Grande do Sul registrou um crescimento modesto de 1,5% entre julho de 2023 e o mesmo mês de 2024, o que corresponde a 41 mil novos vínculos de emprego. Esse percentual é menos da metade da média nacional, de 3,9%, e coloca o Estado na última posição entre os estados brasileiros. Os dados são do Boletim de Trabalho, divulgado nesta quinta-feira (19) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).
O documento, elaborado pelos pesquisadores Raul Bastos e Guilherme Xavier Sobrinho, analisa o desempenho do mercado de trabalho com base em dados da PNAD Contínua, do IBGE, e do Novo Caged, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A pesquisa revelou que a taxa de participação na força de trabalho (TPFT) no Estado manteve-se estável em 65,3%, enquanto o nível de ocupação também permaneceu em 61,5%, mesmo diante das dificuldades causadas pelas enchentes de 2024.
A taxa de desocupação no Rio Grande do Sul se manteve em 5,9%, tanto em relação ao primeiro trimestre quanto ao ano anterior, contrariando expectativas de piora em função das adversidades econômicas. Na comparação com outros estados do Sul, o Paraná registrou 4,4% e Santa Catarina 3,3%. Já São Paulo e o Brasil apresentaram quedas mais expressivas, com taxas de desocupação de 6,4% e 6,9%, respectivamente.
O crescimento de empregos formais no Estado foi impulsionado principalmente pelo setor de serviços, responsável por mais de 80% das novas vagas, somando 33,3 mil vínculos. A construção civil teve a maior expansão percentual, com alta de 3,2%, equivalente a 4,3 mil empregos. Em contrapartida, a indústria seguiu em declínio, com o fechamento de 4,5 mil postos, especialmente nos setores de fumo, farmacêutico, vestuário e coureiro-calçadista.
O estudo também destacou que a maioria das novas vagas foi preenchida por mulheres (54%) e jovens com menos de 24 anos. A análise cartográfica feita pelo DEE apontou que os municípios mais afetados pelas enchentes coincidem com as áreas de maior retração de emprego, reforçando o impacto das chuvas sobre a economia estadual.
A expectativa é que a recuperação econômica do Estado avance com as iniciativas de reconstrução e incentivo ao setor produtivo.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
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