Marçal falou com a imprensa ao deixar o Hospital Sírio-Libanês, de onde seguiu para o Instituto Médico Legal (IML) para realizar exame de corpo de delito. Até o momento, o hospital não divulgou boletim médico oficial, mas o candidato do PRTB alega ter fraturado o sexto arco costal.

 

Em entrevista, Marçal afirmou que o episódio representa mais do que uma agressão física e declarou que "irá para a guerra" para garantir a cassação do adversário. "Nós vamos pedir a cassação do registro dele. Nós vamos pedir tudo o que precisa ser pedido em nome da sociedade", disse Marçal ao deixar o hospital. "Ontem eu fui vítima do Datena, mas eu não sou vitimista. Nós vamos para a guerra. Foi só um esbarrão, não é, Datena?", provocou ele.

 

A agressão ocorreu durante o debate quando Marçal chamou Datena de "jack", uma gíria usada em presídios para designar estupradores. Marçal também fez referência a uma denúncia de assédio sexual de uma repórter contra Datena, que afirmou que a acusação havia sido arquivada por falta de provas. O ex-coach provocou ainda mais ao dizer que Datena "não era homem" para agredi-lo, referindo-se a ameaças que o apresentador teria feito durante um debate anterior, na TV Gazeta.

 

Foi então que Datena deixou seu púlpito, pegou uma cadeira e a arremessou contra Marçal. A reação gerou grande repercussão entre os presentes e nas redes sociais. Em seguida, o advogado de Marçal registrou um boletim de ocorrência na delegacia, qualificando o ato como "lesão corporal". O influenciador, no entanto, declarou que considera o ataque uma "tentativa de homicídio", dada a gravidade do ato.

 

Procurada, a campanha de Datena preferiu não comentar o pedido de cassação feito por Marçal. No entanto, mais cedo, o apresentador divulgou uma nota pública em que reconhece que errou ao agredir o adversário, mas declarou que "não se arrepende" e que, diante das mesmas circunstâncias, "repetiria o gesto". Ele alegou que a cadeirada foi uma resposta às agressões verbais que vinha recebendo de Marçal e outros candidatos.

 

“Eu sou um cara de verdade e, com um gesto extremo, porém humano, expressei minha real indignação por ter, de forma reiterada, sido agredido verbal e moralmente por um adversário que, como todos têm podido constatar, afronta a todos com desrespeito e ultraje, ao arrepio da ética e da civilidade. As acusações que Marçal me fez diante de milhões de pessoas são graves. E absolutamente falsas", disse Datena em nota.

 

Datena cancelou compromissos de campanha agendados para esta segunda-feira, incluindo uma sabatina no Estadão, mas reafirmou que sua candidatura está mantida. Tanto ele quanto Marçal estão confirmados para o debate da Rede TV, em parceria com o portal UOL, na terça-feira, 17, às 10h30.

 

Antes da agressão, Datena chamou Marçal de "ladrãozinho de banco acusado e condenado", referindo-se a uma condenação do influenciador, já prescrita, por participação em uma organização criminosa que aplicava golpes bancários. Marçal, por sua vez, também revelou ter enviado mensagens a Datena antes do debate pedindo desculpas por acusações trocadas em encontros anteriores. Datena criticou a postura, afirmando que as mensagens enviadas mostram o "caráter dúbio" de Marçal, que teria buscado uma trégua nos bastidores, mas manteve uma postura agressiva em público.

 

O influenciador confirmou o envio das mensagens, nas quais pedia "civilidade" ao adversário e desculpas pelas acusações, mesmo que, segundo ele, fossem verdadeiras. "Mandei mensagem, sim. Mandei falando 'isso aqui tá parecendo um zoológico. Você não precisa fazer isso. Me perdoe falar qualquer coisa sua, mesmo que seja verdade'. Ele expôs só um pedacinho da mensagem. Posta tudo, posta sua resposta também", desafiou Marçal.

 

O debate entre os dois, que começou com trocas de farpas verbais, evoluiu para o confronto físico com a agressão de Datena. Agora, o episódio poderá ter desdobramentos judiciais, com o pedido de cassação da candidatura de Datena sendo encaminhado pela equipe de Marçal nos próximos dias.

Com informações: Jornalista Fernando Kopper

Fonte: Correio do Povo