Edmundo González Urrutia, o principal rival de Nicolás Maduro nas polêmicas eleições de 28 de julho, chegou à Espanha no domingo, 08/09, onde receberá asilo político. O opositor deixou a Venezuela após passar mais de um mês escondido, fugindo de uma intensa onda de repressão.
González, de 75 anos, foi transportado por um avião da Força Aérea Espanhola que pousou na base de Torrejón de Ardoz, perto de Madri, às 16h locais (11h de Brasília). Ele viajou com sua esposa, segundo informações do Ministério das Relações Exteriores da Espanha.
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, justificou a saída de González, afirmando que a medida foi necessária para preservar sua liberdade e sua vida, em meio a uma brutal repressão do regime de Maduro. Segundo Machado, o candidato sofreu ameaças crescentes, mandados de prisão e tentativas de chantagem e coação.
A crise em torno de González Urrutia intensificou-se após as eleições de julho, nas quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Maduro como vencedor para um terceiro mandato, apesar das denúncias de fraude. O candidato opositor reivindica a vitória e alega que o sistema eleitoral foi alvo de hackers, impossibilitando a divulgação das atas de votação.
González ficou escondido desde o final de julho, passando por duas embaixadas diferentes em Caracas antes de seguir para a Espanha. O governo venezuelano concedeu salvo-condutos para sua saída, que foi antecipada pela vice-presidente Delcy Rodríguez, em nome da paz política no país.
A União Europeia e vários países, incluindo os Estados Unidos, não reconheceram o resultado das eleições e pediram uma verificação independente dos votos, enquanto protestos se espalharam pelo país, resultando em dezenas de mortos e milhares de detidos.