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Desafios climáticos impactam semeadura e desenvolvimento do trigo no Rio Grande do Sul
AGRO
Publicado em 22/07/2024
As condições climáticas variáveis dos últimos dias têm imposto desafios significativos para o cultivo de trigo no Rio Grande do Sul. De acordo com a Emater/RS-Ascar, a semeadura sofreu atrasos devido às chuvas frequentes, e a alta umidade do solo retardou a emergência e o desenvolvimento das plantas. Entre os dias 11 e 18, o plantio avançou apenas 3%, alcançando 85% da área estimada de 1,31 milhão de hectares nesta safra.
 
O Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar revela que o plantio do trigo está quase concluído na Fronteira Oeste, porém há apreensão entre os produtores devido aos elevados custos de produção e aos preços pouco atrativos do grão. Em média, os bancos disponibilizaram R$ 3.150,00 por hectare para o custeio das lavouras, exigindo uma produtividade de 45 sacas por hectare para cobrir os custos, além dos encargos financeiros, despesas com seguro e arrendamento.
 
Na região da Campanha, produtores de Hulha Negra, Candiota e Aceguá enfrentam dificuldades para acessar insumos, consequência das restrições de crédito resultantes de uma safra de verão frustrada pelas chuvas excessivas de maio. Esse cenário pode levar ao estabelecimento de lavouras com baixo nível tecnológico e menor potencial produtivo. Em Bagé, alguns produtores desistiram do trigo, optando pela aveia, que pode ser utilizada de diversas formas. Em Caçapava do Sul, o plantio foi concluído, sendo o único município da Campanha nesta condição.
 
Em Erechim, dos 12.460 hectares previstos, 98% estão plantados. No entanto, o desenvolvimento das lavouras está aquém das expectativas devido ao clima muito úmido e com baixa insolação. As lavouras passam por fases distintas de desenvolvimento vegetativo, floração e enchimento de grãos. Baixas temperaturas e alta umidade geram preocupações em algumas áreas, afetando o desenvolvimento e a produção esperada. Em Santa Rosa, a área cultivada foi revisada para cima, alcançando 52.324 hectares, um aumento de 56% em relação à safra anterior. Na região de Passo Fundo, a área implantada chega a 3 mil hectares. Geadas recentes afetaram lavouras de maneira localizada, mas os danos ainda serão avaliados, sem prejuízos severos generalizados.
 
As condições climáticas úmidas têm favorecido o aparecimento de doenças foliares e prejudicado o crescimento em algumas regiões. Em Frederico Westphalen, apesar do bom desenvolvimento inicial, o clima paralisou o avanço da cultura. Nas lavouras em estádios mais avançados – florescimento e formação de grãos – foram observadas panículas com número reduzido de espiguetas viáveis, o que deve afetar a produtividade, estimada em 2.552 kg/ha.
 
Na região de Santa Maria, o plantio de aveia branca para grãos está quase finalizado, com 92% concluídos. As recentes precipitações contribuíram para o crescimento das lavouras, que estão majoritariamente na fase de germinação e desenvolvimento vegetativo, com algumas áreas alcançando o início da floração. A estimativa de área plantada é de 41.445 hectares.

 

Com informações: Jornalista Fernando Kopper
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