O Rio Grande do Sul enfrenta um cenário preocupante no primeiro semestre de 2024, com um significativo aumento nos casos de dengue. Os registros confirmados da doença triplicaram em comparação ao ano anterior, atingindo a marca alarmante de 174,1 mil casos confirmados. Especialmente preocupante é o crescimento entre crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária agora elegível para vacinação contra a dengue, com um total de 10.237 casos confirmados.
Municípios como Novo Hamburgo, Santa Rosa e São Leopoldo destacam-se pelos altos números de casos registrados nessa faixa etária. Infelizmente, a dengue já resultou em três óbitos entre jovens de 10 a 14 anos, ocorrendo em Cachoeira do Sul, Santa Maria e São Leopoldo.
A campanha de vacinação contra a dengue, iniciada no final de abril, está em andamento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do estado. Até o momento, foram distribuídas 50.658 doses da vacina Qdenga para 67 cidades em quatro regiões de saúde. No entanto, apenas 20,18% das doses foram aplicadas, revelando disparidades significativas entre as regiões. Enquanto a região 28ª aplicou apenas 6,18% das doses, a 10ª região, que inclui Porto Alegre, alcançou uma taxa de 25,33% de vacinação.
Eliese Denardi Cesar, chefe da Seção de Imunizações do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), destaca a importância da vacinação contínua, mesmo durante os meses mais frios, quando a atividade do mosquito transmissor pode diminuir, mas não cessa completamente. O esquema vacinal completo requer duas doses da vacina, administradas com um intervalo de três meses.
É essencial ressaltar que a vacina Qdenga não é autorizada para pessoas acima de 60 anos pela Anvisa, apesar de este grupo etário ser o mais afetado pelos óbitos relacionados à dengue no Rio Grande do Sul.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper