O acumulado de chuvas registrado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostra que o Brasil Central apresenta níveis menores que os contabilizados nos últimos cinco anos, especialmente no mês de junho. Além disso, não há previsões de chuvas a curto prazo.
De acordo com o Inmet, no acumulado de 90 dias, 2024 está bastante semelhante aos anos anteriores. Em 2023, 2020 e 2019, a precipitação foi maior principalmente no sul de Mato Grosso do Sul e norte de Mato Grosso. Uma diferença expressiva é observada no Rio Grande do Sul, onde as chuvas foram extraordinariamente superiores, causando a tragédia que acometeu o estado. Nas demais áreas do país, os registros estão dentro da normalidade.
A maior diferença em comparação com os anos anteriores está no mês de junho. O mapa atual mostra toda a parte norte de Mato Grosso do Sul, áreas do nordeste de São Paulo, passando por toda área oeste de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, oeste da Bahia e praticamente todo o Tocantins sem nenhum registro de chuvas há pelo menos 30 dias.
Além disso, todo o sul de Mato Grosso do Sul, a maior parte de São Paulo, todo o leste de Minas Gerais, o norte do Paraná e áreas do Nordeste e Norte do Brasil contabilizaram no máximo 20 milímetros de chuva durante os últimos 30 dias. Nos períodos anteriores, o mês de junho registrou pelo menos 10 milímetros de chuvas sobre todo Mato Grosso e precipitação acima de 40 milímetros para a maior parte de Mato Grosso do Sul, oeste de São Paulo, todo Paraná e, em alguns anos, até mesmo para áreas de Mato Grosso.
O mapa que mais se assemelha ao atual para os últimos 30 dias é de 2019, quando o Brasil vinha de um período de influência do fenômeno El Niño e atravessou um período de transição, assim como ocorre neste ano. Porém, a precipitação dos 90 dias anteriores ao início de julho contabilizou volumes superiores em 2019, com destaque para o leste de Mato Grosso, Goiás, oeste da Bahia, sul de Tocantins, centro-sul de Minas Gerais e norte de São Paulo.
Mantendo a comparação com 2019 na faixa mais central do Brasil, ano que mais se assemelha ao atual, o mês de julho não contabilizou chuvas entre o leste de Rondônia, Mato Grosso, Goiás, sul de Tocantins, oeste da Bahia e centro e oeste de Minas Gerais. Os volumes ficaram em torno de 10 e 30 milímetros em Mato Grosso do Sul, a maior parte de São Paulo e o Paraná.
Para Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, os volumes continuaram pouco expressivos, de 10 a 30 milímetros em Mato Grosso do Sul e a faixa oeste de Mato Grosso, com mais acumulados no Paraná e oeste de São Paulo. Naquele ano, em algumas áreas as chuvas retornaram com mais intensidade apenas no mês de novembro, como mostra o Inmet.
Para os próximos sete dias, o modelo Cosmo do Inmet indica mais uma semana sem chuvas para a faixa central do Brasil, com previsão de chuvas apenas para Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Entretanto, o modelo da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), dos Estados Unidos, indica chuvas para Mato Grosso do Sul e norte do Paraná a partir da próxima semana.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte: Inmet