A Rússia lançou uma série de mísseis contra Kiev e outras cidades ucranianas em um raro ataque diurno nesta segunda-feira, 8 de julho, matando pelo menos 31 pessoas em todo o país e atingindo um importante hospital infantil, disseram autoridades. O número de vítimas deve aumentar ao longo do dia. Um comunicado oficial divulgado no início do dia estimava pouco mais de 20 mortes.
O presidente Volodymyr Zelensky informou que as forças russas dispararam mais de 40 mísseis visando diferentes cidades, danificando infraestruturas e edifícios comerciais e residenciais. As autoridades da cidade de Kiev relataram que sete pessoas foram mortas e pelo menos 25 ficaram feridas na capital. Em Kryviy Rih, cidade natal de Zelensky, dez pessoas morreram e 31 ficaram feridas, conforme informou o prefeito Oleksandr Vilkul.
Outras três pessoas morreram em Pokrovsk, no leste da Ucrânia, quando mísseis atingiram uma instalação industrial, segundo o governador regional de Donetsk. "Todos os serviços estão envolvidos para salvar o maior número de pessoas possível", disse Zelensky no aplicativo de mensagens Telegram. "E o mundo inteiro deveria usar toda a sua determinação para finalmente pôr fim aos ataques russos". A Rússia negou repetidamente ter como alvo civis.
O grande ataque à Ucrânia ocorreu quando o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, se reuniu com o presidente chinês, Xi Jinping, para discutir um potencial acordo de paz com a Ucrânia, fazendo uma visita inesperada a Pequim.
O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, declarou que o ataque à capital foi um dos mais pesados desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022. Ele mencionou que o principal hospital infantil da cidade foi danificado, com janelas quebradas e painéis arrancados. Pais segurando bebês saíram para a rua, atordoados e soluçando. "Ouvimos uma explosão e depois fomos cobertos por destroços", disse Svitlaka Kravchenko, 33 anos, à Reuters, após ela e seu marido, Viktor, saírem do abrigo.
O bebê de dois meses saiu ileso, mas Svitlana sofreu cortes e o carro ficou totalmente enterrado sob os escombros do prédio destruído, do outro lado do pátio da ala principal. "Foi assustador. Eu não conseguia respirar, estava tentando cobrir (meu bebê). Eu estava tentando cobri-lo com esse pano para que ele pudesse respirar", relatou.
As autoridades locais e regionais afirmaram que instalações industriais, infraestruturas e edifícios residenciais e comerciais foram danificados em Kiev, Kryviy Rih, Dnipro, Pokrovsk, Kramatorsk e outras cidades.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper